Mulher Sem Terra
Mulheres Sem Terra ocupam INCRA e participam de marcha pela vida das mulheres em Belém (PA)
Por Viviane Brigida
Da página do MST
A Jornada das mulheres Sem Terra no estado do Pará aconteceu de 6 a 8 de março, com as ações de formação, marchas e negociação nos municípios de Belém, Marabá e Parauapebas. Cerca de mil Sem Terra participaram das atividades.
Na capital paraense, no dia 07, cerca de 200 trabalhadoras rurais ocuparam a sede do INCRA-SR01 em Belém, reivindicando junto ao órgão as demandas dos territórios. Durante a ocupação pela tarde, aconteceu a atividade de autocuidado. Em parceria com secretaria de saúde de Belém, as mulheres tiveram um momento de atendimento com exercícios de relaxamento, massagens no corpo auriculoterapia, roda de conversa sobre dignidade menstrual.
Na manhã do dia 08, as trabalhadoras rurais participaram da marcha “Da Amazônia à Palestina, nenhuma a menos” que foi organizada pela Frente Feminista. As mulheres Sem Terra realizaram intervenção em frente a sede das Nações Unidas (ONU). Mais de 3 mil mulheres caminharam pelas ruas da capital paraense, pela vida das mulheres na Amazônia e em solidariedade às mulheres Palestinas.
“Nossa luta é pela vida e dignidade no campo, mas também em solidariedade às mulheres na cidade e com todas as mulheres que sofrem violências pelo mundo, especialmente às mulheres palestinas na Faixa de Gaza que neste momento sofrem inúmeras violências. São mais de 13 mil crianças assassinadas, mais de 8 mil mulheres assassinadas e milhares de mortos. O mundo acompanha o genocídio praticado pelo estado de Israel. Não vamos nos calar! Por este motivo marcharemos, mas continuamos a ocupação do Incra e só sairemos após a reunião com o superintendente”. Afirmou Valéria Lopes, da Coordenação estadual do MST.
Na tarde desta sexta (8), após horas de negociação, as camponesas reuniram com superintendente Raí Moraes. As mulheres Sem Terra saíram com conquistas importante nas políticas junto ao INCRA SR-01, avanços importantes nas demandas dos acampamentos e assentamentos na região norte e nordeste paraense. Demandas que as trabalhadoras rurais conhecem no dia-dia em seus territórios e que há anos estavam paralisadas.
Questões fundiárias para desapropriação e criação dos assentamentos, regularização e atualização das famílias da relação dos registros de beneficiário, créditos para famílias, habitação, estavam entre os assuntos abordados. Porém, os desafios seguem na luta para avançar a Reforma Agrária Popular para garantir alimentos saudáveis e combater à fome, à crise climática e ambiental, denunciando de forma permanente às violências no campo.
*Editado por Leonardo Correia