17 de Abril
Sarau em SP comemora Dia Internacional de Luta Camponesa e relembra Massacre de Carajás
Por Juca Oliveira
Da Página do MST
Nesta quarta-feira (17) realizou-se no Galpão Cultural Elza Soares, em São Paulo um sarau de poesia no marco do Dia Internacional da Luta Camponesa, que relembrou os mártires do Massacre de Eldorado do Carajás, no Pará em 1996, além do lançamento do 7° Congresso Nacional, com previsão de ocorrer de 15 a 19 de Julho deste ano, em Brasília (DF).
A celebração contou com diversas personalidades como o músico Chico Cezar, o jornalista Chico Pinheiro, o deputado estadual de São Paulo, Eduardo Suplicy, Zé Dirceu e a banda de Otto, que fez um show exclusivo aos presentes. Ocorreu também uma mística, relembrando a memória e luta dos mártires de Carajás e seu exemplo na luta do MST pela Reforma Agrária.
Após o Massacre de Carajás, a Via Campesina transformou a data do 17 de abril, no Dia Internacional da Luta Camponesa, em memória aos 21 mártires de Eldorado do Carajás, que defendiam o direito à terra e à vida e que foram covardemente assassinados pelo Estado brasileiro.
Também esteve presente João Pedro Stédile, da coordenador nacional do MST, que comentou sobre o lançamento do 7° Congresso do Movimento.
Nós marcamos de nos encontrar aqui essa noite, para relembrar nossos mártires de Carajás, mas tão importante quanto isso, nós não podemos esquecer jamais que a cerca e o latifúndios sempre marcaram esse país a ferro, fogo e sangue. Após a escravidão surgiram os primeiros movimentos camponeses com lideranças mecânicas, como Canudos, Contestado e Caldeirão. E qual foi o padrão do latifúndio e do Estado brasileiro? Novamente o massacre“, discursou Stédile.
Além disso, Chico Pinheiro e Chico Cezar contribuíram para o sarau de poesia com textos que haviam preparado, e Eduardo Suplicy, por sua vez, cantou “Blowin’ In The Wind” do Bob Dylan, que se tornou uma música de apreço para o deputado.
O sarau ainda contou com diversas comidas, preparadas pelos militantes de todas as frentes e setores do MST, que contribuíram no evento. O cardápio contou com sopa e shawarma de pernil.
No final, a banda de Otto fechou o sarau com um show excepcional, que além de músicas autorais trouxe músicas de Chico Science e Nação Zumbi, encerando o evento com chave de ouro e uma performance interessante. Ele também falou sobre o exemplo do MST para o Brasil.
Eu acho que se um dia o Brasil começar uma nova civilização será pelo MST, as grandes civilizações começam de um povo organizado, justo, trabalhador e com muita dignidade, e é só isso que qualquer país precisa. O MST é um exemplo de cultura, educação e civilidade. Eu estarei sempre do lado do MST, sempre do lado do povo”, concluiu Otto.
*Editado por Solange Engelmann