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Em Joaquim Gomes (AL), Acampamento Feliz Deserto sofre ameaças
Da Página do MST
O Acampamento Feliz Deserto, em Joaquim Gomes, é uma área que foi ocupada pelo MST em 14 de agosto de 2004, junto com diversas outras áreas que pertenciam a Agro Industrial Serrana Ltda (AGRISA), grupo que abriu falência nos anos 2000. É uma área reivindicada há duas décadas pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras Sem Terra. Neste período, já houve oito tentativas de despejo das famílias, que seguem resistindo.
As famílias que vivem no acampamento produzem alimentos e tiram o sustento da terra, com macaxeira, batata doce, banana, manga, maracujá, goiaba, coco, laranja e limão, além de ter uma casa de farinha que produz derivados da macaxeira. A produção é utilizada no consumo das famílias, e parte para comercialização nas feiras e também para as ações de solidariedade, através de doações nas cidades.
Recentemente, uma nova ameaça de retirada das famílias da área tem acontecido. Agora uma pessoa chamada Bruno, que é amigo e suposto laranja do prefeito do município de Joaquim Gomes – Adriano Barros, diz ter comprado a área e tem coagido e intimidado as famílias e militantes do MST.
O suposto comprador se apresentou afirmando que teria comprado a área e que queria um acordo para as famílias desocuparem. Quando questionado sobre a documentação que confirmaria a compra, se nega apresentar.
Na última sexta-feira (26), o suposto comprador esteve em Maceió, capital alagoana, onde acontecia uma feira para mais uma vez intimidar membros do MST. Desta vez, afirmou que a delegacia de Novo Lino emitiria algumas intimações direcionadas à militância do MST sobre esse imóvel.
Segundo ele, as pessoas serão intimadas para serem informadas que ele é o novo dono e deixarem a área sem nenhuma ação ou ordem judicial de sua autoria, até porque não tem nenhum documento do imóvel em seu nome. E de fato, as intimações da delegacia já começaram a chegar.
O MST seguirá denunciando todas as tentativas de intimidação, resistindo e fazendo a luta para que o acampamento seja destinado para a Reforma Agrária com o assentamento das famílias acampadas.
*Editado por Wesley Lima