Juventude
Jovens camponeses dos estados do DF e Entorno e de GO encerram reunião com caminhos da luta
Por Rafael Bastos
Da Página do MST
Reunindo 71 educandos dos 2 estados da região e 10 regionais por 4 dias, a atividade da Juventude realizada no Centro de Produção e Formação Agroecológica Santa Dica dos Sertões, reafirmou a importância do espaço para organização da luta camponesa e todo o campo popular na região. Os jovens aprofundaram seu conhecimento sobre a história do MST, sobre a organização da juventude e seu protagonismo na luta social.
A atividade foi organizada pelo Coletivo de Comunicação, Cultura e Juventude (CCJ) do MST com a participação do estado de Goiás e Distrito Federal e Entorno, e contou com a participação de 70 jovens de sete diferentes regionais.
As aulas tiveram metodologias diversificadas, para instrumentalizar a militância no desenvolvimento da luta nas bases com seminários, projeção de filmes, debates, leituras entre outras. Foram organizadas também oficinas de fotografia, oratória e muralismo entre os jovens, com o intuito de promover a reflexão sobre o cuidado do corpo e a formação política da juventude nos diversos territórios de luta pela Reforma Agrária Popular.
Houve também a participação de um grupo 13 jovens de diferentes movimentos sociais da América Latina da ONG Humanas, que acompanharam o curso e desenvolveram diversos trabalho no CEPAS, e assim conheceram como o MST atua na formação da juventude para levar essa experiência para o seus países.
Na perspectiva de propiciar o diálogo entre as diversas experiências e saberes das lutas, por demanda de diversas turmas de formação, a saúde mental foi um dos temas mais requisitados pela militância no curso. Lucio Costa e Lura Machado, militantes da saúde mental e anti-manicomiais, são idealizadores do projeto “Clínica da Terra” para formação de profissionais e atendimento à militância sobre saúde mental.
Se o primeiro princípio do MST é cuidar da militância e saúde, o segundo princípio é a “capacidade de lutar contra tudo que nos oprime”, uma vez que essas práticas se sobressaem nos relatos de experiências e nos princípios. Neste sentido, o objetivo do Setor de Saúde do Movimento era a reação da juventude.
Segundo Tatiane, do Acampamento 8 de Março no DF, “só com saúde mental, podemos construir um novo homem e nova mulher para construir uma nova sociedade”. Ela incentivou a preparação da juventude para os cursos de Psicologia do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), quem serão lançados nas Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A diversa militância compartilhou os conhecimentos sobre a análise de conjuntura política e agrária dos estados da região, que são a fronteira de expansão do agronegócio. A análise da geopolítica da América Latina e os interesses do capital imperialista até a resistência dos povos, destacando a resistência Palestina também foi refletida e demarcada nas paredes da plenária.
O encontro terminou com anúncio coletivo de de uma carta compromisso entre a juventude e as direções estaduais dos estados e os os materiais também portaram mensagem de ânimo para a luta que segue. E ecoando que “Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”.
Nós, Juventude sem terra dos Estados de Goiás e DF e entorno, reunidos nos dias 22 a 25 de agosto viemos afirmar que queremos assumir as tarefas dos vários setores do MST. E queremos fazer os encontros de juventude nas regionais, e nos nossos estados bem como festas nos assentamentos e acampamentos com muita arte, comunicação e cultura.Temos nossos compromissos com essas pautas e queremos que as direções do MST nos ajude a concretizar.”
O encontro terminou com muita animação para o retorno as bases, gritando bem alto a palavra de ordem que a juventude leva na bagagem para as áreas.
Juventude em Luta: por terra e soberania popular!