Cultura Popular
Arraiá Pula Fogueira presta homenagem aos 36 de luta e resistência do MST no Ceará
Por Marcelo Matos
Da Página do MST
Sou filho desta terra e da luta somos herdeiros, descendentes de Canudos e Antônio Conselheiro”.
Para celebrar as mais de quatro décadas de fundação do MST no Brasil e 36 anos de luta no Ceará o Coletivo de Jovens Arraiá Pula Fogueira apresenta seu projeto com o tema para o São João 2025: “MST 41 anos no Brasil e 36 no Ceará: Luta e Resistência Popular”. A atividade ocorre neste sábado (21), no assentamento 25 de Maio em Madalena e Paus Brancos, no primeiro assentamento do MST no Ceará.
O evento é uma realização do Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, em parceria com apoio do Instituto Pula Fogueira e apoio Institucional do Instituto Dragão do Mar – IDM, Secretaria da Cultura, Governo do estado do Ceará.
Para André Luís Viana Ferreira, da coordenação do Instituto Pula Fogueira, contar a história do MST, é lembrar da luta das camponesas e camponeses para sobreviver no sertão cearense: “é rememorar as grandes secas, que até hoje assolam a região do sertão, assim como a luta pela convivência no semiárido, pelos camponeses e camponesas Sem Terra do primeiro assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Ceará”.
O assentamento 25 de maio foi instalado nos municípios de Madalena, Quixeramobim e Boa Viagem, na fazenda Reunidas de São Joaquim. O que fez com que o município de Madalena desse um salto populacional e estrutural, é um marco histórico no desenvolvimento e formação do município.
Clarice Rodrigues da coordenação do Centro Frei Humberto acrescenta, “o projeto será um espetáculo, que trará nos palcos das avenidas onde passarmos a história do maior movimento social camponês da América Latina, sendo uma forma diferente de abordar a história do MST, por meio das festas juninas, com muita mística. Trazer para essa nova geração todo o processo e as dificuldades vivenciadas pelo povo sertanejo e também as conquistas, a solidariedade do povo Sem Terra no Brasil e no Ceará”.
André acrescenta que é grande a responsabilidade e o desafio. “Somos o primeiro grupo junino a trabalhar de forma lúdica uma história que é pouco contada para as gerações atuais. Esse projeto é uma oportunidade para toda comunidade local, para o Ceará e para o Brasil conhecerem a história da luta das camponesas e camponeses que lutam pela terra. Luta essa que perdura até os dias de hoje, poder dialogar sobre nossa história, é um momento de contar histórias, histórias ao nosso modo de ver, a nossa história”.
Para Luz Marin da coordenação do setor de cultura do MST-CE, é preciso reforçar e afirmar de que lado estamos. “Somos todos e todas classe trabalhadora. Somos Sem Terra, a favor de uma sociedade mais justa e igualitária para todos os povos urbanos e rurais, das águas e das florestas. A luta é nossa força! A organização é nosso chão e a sociedade justa, solidária e socialista é nosso caminho”, conclui.
O grupo junino Arraiá Pula Fogueira, também já está preparando seu regional Chama da Fogueira, banda que acompanha a quadrilha junina com seu repertório sendo tocado ao vivo, que irá realizar diversas ações de organização e mobilização da juventude, em Madalena. Além da preparação para participar com seu seu espetáculo no VII Congresso Nacional do MST, que ocorrerá em Brasília, em julho de 2025.
MST mais de 40 anos de luta e resistências!
Este ano o MST completou 40 anos de lutas e resistências no Brasil. Tudo começou no ano de 1984, quando um grupo de trabalhadores/as rurais que protagonizavam a luta pela terra no Brasil realizaram o 1° Encontro Nacional na cidade de Cascavel, no Paraná. Dali, decidiram fundar um movimento camponês e popular que ficaria muito conhecido não apenas pelos brasileiros, mas também mundialmente: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
Desde então, os Sem Terra foram aumentando e sem espalhando por todos país, se desenvolvendo, qualificando, e formando um dos maiores movimentos sociais do mundo, com mais de 400 mil famílias assentadas Brasil afora, carregando a bandeira da luta pela terra, pela Reforma Agrária e por transformações sociais.
A luta do MST visa uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas. Além da conquista da terra, o movimento produz alimentos saudáveis para toda a população, entregando para a merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal e para os moradores das periferias. Ao contrário do agronegócio, o objetivo do Movimento não é o lucro. E sim, acabar com a fome e melhorar a qualidade de vida das pessoas no campo e nas cidades brasileiras.
A luta pela Reforma Agrária Popular segue urgente no país, que desde a Lei de Terras de 1850, instituiu e legitimou o fomento à desigualdade social e o favorecimento de latifundiários, que por sua vez dizimaram os povos originários, destroem o meio ambiente e contaminam jogando toneladas de venenos no solo e nas águas do país.
Viva a luta por Reforma Agrária Popular! Viva o direito legítimo dos povos de ocupar os latifúndios e romper as cercas da destruição.
Seguiremos pisando ligeiro, rumo aos 41 anos do MST no Brasil e 36 anos no Ceará!
Para mais informações, siga redes sociais do Pula Fogueira no Instagram: @instituto_pula_fogueira
*Editado por Solange Engelmann