Violência no Campo

MST denúncia despejo violento em acampamento em Santa Maria da Boa Vista, PE

Despejo violento resultou na prisão de dois Sem Terra devido a inoperância do Bando do Nordeste
Trabalhadores do MST são presos em despejo violento no PE. Foto: MST PE

Da Página do MST

Os trabalhadores e trabalhadoras do MST no Pernambuco repudiam um despejo violento ocorrido nesta quarta-feira (09), no acampamento do Movimento, em Santa Maria da Boa Vista/PE, com a prisão de dois Sem Terra.

A ação truculenta, realizada de forma arbitrária pela Polícia Militar do estado trouxe à tona questões relacionadas à responsabilidade e à inoperância de diversas instituições, sobretudo do Banco do Nordeste. 

A direção estadual do MST/PE denuncia que o Banco do Nordeste (BNB) poderia ter evitado a situação de despejo e violência contra os trabalhadores e trabalhadoras, intervindo e executando as dívidas dos proprietários das terras, e repassando as terras e a indústria instalada no local para fins de Reforma Agrária. Entretanto optou pela omissão, em que os proprietários e a entidade jurídica são devedores do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR).

Foto: MST PE

As dívidas do latifúndio superam o valor da terra e da indústria instalada, que está sucateada há mais de 20 anos sem uso produtivo. Jaime Amorim, da direção estadual do MST no PE, criticou a situação de conflito e o BNB por não ter agido, mesmo tendo conhecimento da situação. E atribuiu grande parte da responsabilidade pela violência ao BNB, “que poderia ter repassado as terras para o INCRA [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] assentar as famílias Sem Terra acampadas no local.”

Amorim também enfatizou a falta de agilidade do INCRA e a omissão do governo de Pernambuco na ação, mas destacou que o BNB tinha a capacidade de intervir de maneira mais efetiva, e não fez. “Inclusive poderia ter evitado a prisão truculenta e violenta de dois militantes do nosso Movimento, por parte da polícia”, constata.

*Editado por Solange Engelmann