Troca de Experiências

Grupo de mulheres camponesas da França participam de intercâmbio com MST em PE

Programa de intercâmbio reúne 15 mulheres francesas, que participam de atividades formativas e vivências em áreas da Reforma Agrária
Foto: MST PE

Por Eduarda Ferreira
Da Página do MST

Um intercâmbio entre mulheres camponesas e o tema da agroecologia ocorre no Centro de Formação Paulo Freire do MST, em Caruaru, Pernambuco. A atividade é promovido pela Rede Bretanha Solidária (RBS) e pela organização Atores no Mundo Agrícola e Rural (AMAR), ambas da França e integrantes da Via Campesina. O objetivo da iniciativa é promover a troca de experiências e conhecimentos sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), agroecologia e Reforma Agrária Popular. 

O programa de intercâmbio reúne 15 mulheres francesas, que participam de atividades formativas. Durante a vivência, as participantes estudam e realizam debates sobre a agroecologia e a história do MST, além de visitar o assentamento Normandia, no município de Caruaru, onde conheceram a agroindústria local. Elas também visitaram assentamentos e acampamentos do MST na região, em que puderam dialogar com mulheres camponesas sobre o papel da mulher na sociedade, políticas públicas de proteção às mulheres, e as redes de apoio tanto no Brasil quanto na França. 

O intercâmbio também se estende ao Vale do São Francisco, no Sertão pernambucano, onde as participantes irão conhecer experiências no Movimento Sem Terra nos municípios de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. Além disso, as mulheres francesas terão a oportunidade de conhecer iniciativas de hortas urbanas e Cozinhas Solidárias Populares, em Olinda e Recife.

Fotos: Foto: MST PE

A AMAR é uma organização dedicada à solidariedade internacional e à educação popular, com foco em zonas agrícolas e rurais, tanto na França quanto em outros países, como o Brasil e Burkina Faso. A associação desenvolve projetos de agroecologia e alimentação sustentável, sendo especialmente ativa no Brasil. 

Já a Rede Bretanha Solidária foi criada em 16 de novembro de 2018, sob o estatuto de associação ao abrigo da Lei 1901, seu objetivo é promover projetos de cooperação e solidariedade internacional. A rede apoia sujeitos de natureza associativa, pública, econômica e institucional, com foco em sua política de cooperação internacional e projetos de solidariedade. Seus serviços incluem a promoção de intercâmbios, trabalho colaborativo, fortalecimento de competências e incentivo a iniciativas solidárias.

Segundo Sarah Manaranche, da AMAR, os principais objetivos do intercâmbio são claros: “Essa viagem realmente tem dois objetivos principais: enriquecer a capacidade de cada uma para levar a uma luta de classes, uma luta social e uma luta feminista; e, por outro lado, de conhecer novas formas de organizações para organizar agroecologia. Então, é super importante para a gente esse intercâmbio”, afirmou.

O programa, que busca estreitar laços entre as mulheres camponesas do Brasil e da França, se consolida como uma poderosa ferramenta de formação política e troca de experiências no campo da agroecologia e da luta social.

*Editado por Solange Engelmann