Reforma Agrária Popular

MST reafirma a necessidade de fortalecer o trabalho de base em analise de conjuntura

Durante reunião da coordenação nacional, Movimento atesta: “Se nós não construirmos uma grande aliança com os povos da cidade, não haverá mudanças”
Fotos: Carlinhos Luz e Lais Alanna

Da Página do MST

Toda conquista só vale a pena se soubermos defendê-las, pois somos plantadores de cuidados. As palavras são de Gilmar Mauro durante a mística de abertura do 2º dia do encontro da coordenação Nacional do MST, que acontece 20 a 24 de janeiro de 2025, Belém. O Pará sedia a reunião da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), trazendo debates importantes para as lutas do próximo período.

Na manhã de hoje, 21, após a mística realizada por militantes do MST da região sudeste do Brasil, o tema foi “Análise de Conjuntura”, e contou com a participação de três facilitadores: Mónica Bruckmann, Cientista Política e Professora Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ); Marcio Pochmann, economista e Presidente do IBGE; e João Pedro Stedile, da Coordenação Nacional do MST.

Mónica Bruckmann apresentou como se configura nos últimos anos o novo sistema mundial e a américa latina.

Vivemos no mundo de extrema complexidade, a velocidade dos acontecimentos é muito maior do que vivenciamos” disse.

– Mónica Bruckmann

A cientista destaca o papel da América Latina nesse período, o novo sul emergente e o fortalecimento dos Brics. “A América grande do discurso de Trump será muito difícil de recuperar como hegemonia mundial. Hoje a América Latina é uma região de disputa, os EUA está voltado na estratégia política da Ásia ao Oceano Pacífico, do que se refere aos recursos naturais e os acordos militares, entre outros. Os desafios postos é recuperar a reintegração da região e enfrentar a extrema direita”.

 Fotos: Carlinhos Luz e Lais Alanna

Marcio Pochmann traz ainda reflexões sobre as mudanças estruturais no Brasil, ao afirmar que “vivemos uma mudança de época no Brasil, a análise de conjuntura vai se atualizando na estrutura da sociedade, e se constitui a partir das mudanças estruturais no Brasil”. O economista descreve os interesses do sistema capitalista.

“O projeto de desenvolvimento deve responder às questões nacionais de soberania de dados, do deslocamento geoeconômico da produção e renda e da massa de sobrantes sem destino”

– Marcio Pochmann
 Fotos: Carlinhos Luz e Lais Alanna

Joao Pedro iniciou a fala fazendo um balanço das eleições municipais. Para o dirigente elas não alteraram a correlação de forças, a extrema direita saiu derrotada e dividida na luta institucional, e esquerda não discutiu um programa para o povo. Em relação ao governo Lula, Stedile destacou a importância de ter derrotado a extrema direita. João Pedro Stedile coloca um chamado as organizações:

Vamos ter um longo período de instabilidade política, precisamos acumular forças, articular com a classe trabalhadora. Ou renovamos com a luta de massas, ou a esquerda não avança”.

– João Pedro Stedile

Stedile encerrou a mesa com uma análise as questões sociais e políticas que permeiam a luta da classe trabalhadora e a necessidade de efetivar a luta através do trabalho de base com os trabalhadores/as urbanos. “Se nós não construirmos uma grande aliança com os povos da cidade, não haverá mudanças. Para isso nós temos que estimular toda luta de massa, porém as lutas de massa precisam de trabalho de base”.

*Editado por Fernanda Alcântara