Centenário de Elizabeth Teixeira é celebrado com marcha e Luta pela Reforma Agrária
Por: Veruza Guedes
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A programação do Festival da Memória Camponesa que celebra o centenário de Elizabeth Teixeira, realizou no dia 14 de fevereiro a Marcha da Memória Camponesa, saindo da Praça da Comunidade Tradicional de Barra de Antas, Sapé -PB com destino ao Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, encerrando com mística dos movimentos sociais e com a abertura oficial da exposição: “100 Faces de uma mulher marcada para viver”.
A Marcha da Memória Camponesa contou com a participação de autoridades nacionais, estaduais e locais, além de representações de organizações e movimentos sociais do campo e da cidade, revezando em falas importantes que pontuavam, além do aniversário de Elizabeth Teixeira, as pautas que permeiam a luta pela Reforma Agrária no nosso país.
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Para Eva Wilma, integrante da coordenação paraibana do MST, a Marcha é uma forma de luta dos movimentos sociais, pois marchar é colocar o povo em movimento, é colocar seu corpo em movimento em função da luta. Ainda segundo a militante, nada mais apropriado do que marchar para celebrar o centenário de Elizabeth Teixeira, uma companheira que segue vivendo a sua História. “Nós temos a obrigação e a responsabilidade histórica de continuar escrevendo essa história. E essa marcha foi de fundamental importância para mostrar à sociedade que a Reforma Agrária precisa estar em todas as pautas, seja no campo ou na cidade e que ela, a Reforma Agrária, é a principal solução dos problemas sociais do nosso país”.
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A Marcha da Memória Camponesa conseguiu juntar um número expressivo de pessoas, chamando a atenção da comunidade local para a importância de reivindicar condições dignas de vida. Os trabalhadores e trabalhadoras do Movimento Sem Terra tem marchado ao longo dos anos para que a Reforma Agrária se torne uma realidade para a construção de um Brasil mais justo e solidário.
Também presente nas festividades do centenário de Elizabeth Teixeira, a sua neta Marta Maria, que nasceu e vive no Rio de Janeiro, nos fala sobre como sentiu que a marcha simbolizou um emocionante homenagem ao legado de seus avós. “Para mim que cresci ouvindo as histórias de luta dos meus avós, é gratificante estar aqui celebrando sua história e ver de perto como os movimentos tem honrado essa memória”, diz Marta.
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O Festival da Memória Camponesa segue até o dia 15 de fevereiro, com programação no centro da cidade de Sapé, contando com uma feira solidária de agroecologia, música e atos políticos.