Denúncia Monocultura
Em Jornada de Lutas, mulheres Sem Terra ocupam área da Suzano em Aracruz (ES)
Ocupação integra o conjunto de ações em defesa da Reforma Agrária e as lutas de março contra as violências, sob o lema “Agronegócio é violência e crime ambiental. A luta das mulheres é contra o capital”.

Por Comunicação do MST no Espírito Santo
Da Página do MST
Cerca de 1000 mulheres Sem Terra ocupam na manhã desta quinta-feira (13), uma área da empresa Suzano no município de Aracruz, Espírito Santo. Com a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra, as companheiras apontam a Reforma Agrária Popular como caminho para o enfrentamento à fome, à violência no campo e à crise ambiental.
O MST denuncia as práticas criminosas da empresa Suzano e anuncia que para que se faça justiça social e ambiental no campo e na cidade, é preciso mais Reforma Agrária para assentar as famílias que querem produzir comida e não commodities. São 22 áreas em conflito com a Suzano no ES e em todo Brasil, que não avançaram em nenhuma negociação.


“As multinacionais não estão preocupadas em obter terras para resolver o problema da fome no país, pelo contrário, se favorecem da prática da grilagem de terras e esquemas de lavagem para manutenção de seus lucros. Exemplo disso é a Suzano, empresa de papel e celulose, que quer dobrar o monocultivo de eucaliptos, mas sabemos que isso não resolve o problema dos preços dos alimentos e ainda agrava uma série de problemas ambientais”, destaca Lia Fernandes, da Direção Nacional do MST.
A Suzano detém 2,7 milhões de hectares de terras no Brasil, sendo 1 milhão destinados à “conservação” e 1,4 milhões em monocultivo de eucalipto, onde é possível assentar mais de 100 mil famílias. Muitas das plantações da empresa estão em áreas griladas.

A ocupação em meio ao monocultivo do eucalipto, foi colorida pelos lenços de chita e simboliza a ousadia, a rebeldia e a combatividade das mulheres Sem Terra. Essa força insurgente, que impulsiona a seguir de punho e enxada erguidos na defesa da Reforma Agrária Popular, sinônimo do fim da fome e caminho para o enfrentamento à crise ambiental e à violência no campo. São os Aromas de Março, que as Sem Terra carregam todos os dias, no cultivo da terra e dos afetos, no romper das cercas do latifúndio e do poder patriarcal e racista.