Jornada de Abril
MST na BA encerra Jornada de Lutas com ato e presença do governador Jerônimo Rodrigues
Mobilização de Abril reafirma compromisso com a Reforma Agrária Popular e marca memória dos 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Entre os dias 14 e 16 de abril, cerca de 800 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de diversas regiões da Bahia acamparam na Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, para a realização da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. A militância do MST realizou uma série de ações políticas, reuniões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), secretarias do estado, doação de alimentos e mobilizações em defesa da Reforma Agrária Popular.
A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, realizada todos os anos no mês de abril, em memória aos mártires da luta pela terra e para denunciar a violência no campo.
O encerramento da jornada aconteceu na terça-feira (16), com um Ato público em Memória aos 29 anos de impunidade do Massacre de Eldorado do Carajás, reunindo militantes, apoiadores e autoridades comprometidas com a luta do povo do campo. O momento foi marcado por homenagens, reafirmações de compromisso e anúncios de conquistas importantes para as áreas de Reforma Agrária na Bahia.

O ato contou com a presença do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que reafirmou seu compromisso com os movimentos sociais e destacou a importância da Reforma Agrária como um pilar da democracia brasileira.
“Vivemos num período de extrema importância de visibilidade e defesa da democracia. O MST, ao longo de sua história, sempre esteve na linha de frente na busca por direitos básicos como água, crédito, assistência técnica, agroindústria, escola, posto de saúde. Temas essenciais que muitos de nós nunca tivemos”, declarou o governador.
Jerônimo também iniciou sua fala com uma saudação solidária aos militantes do MST de Pernambuco, que foram atropelados durante a Marcha no Recife. Em seguida, reforçou que não haverá democracia plena enquanto houver famílias Sem Terra, sem água ou sem acesso à saúde.
“Enquanto tiver uma família, um cidadão, uma cidadã Sem Terra não haverá democracia, enquanto tiver uma família sem água, sem tratamento de saúde, não haverá democracia. Porque nós temos a utopia, o sonho de que um dia se supere essa situação. É por isso que vocês caminham, é por isso que vocês marcham todos os anos”, completou.

O ato foi conduzido por Eliane Oliveira e Evanildo Costa, da Direção Nacional do MST na Bahia, e contou com a presença de diversas autoridades, como Fabya Reis (SEADES), Rowenna Brito (SEC), Felipe Freitas (SJDH), Neusa Cadore (SPM), Lucinha do MST e Fátima Nunes (deputadas estaduais – PT/BA); além de representantes do INCRA, da CAR, lideranças religiosas, gestoras públicas, prefeitos e apoiadores da luta pela terra.
Durante o ato, o MST apresentou uma série de pautas e os acordos estabelecidos com o Governo do Estado, entre eles: a entrega de equipamentos e implementos agrícolas para fortalecer a produção de alimentos nos assentamentos; implantação de Sistemas de Abastecimento de Água, perfuração de poços e obras de pavimentação em áreas da Reforma Agrária; implantação de três Escolas-Fábrica nas áreas de assentamento; construção, reforma e ampliação de escolas do campo, garantindo o direito à educação do povo Sem Terra.
A Jornada de Lutas de Abril do MST na Bahia reafirma a centralidade da luta pela terra e a importância do diálogo com o poder público para avançar na construção de um projeto popular de Reforma Agrária, que garanta dignidade, trabalho, alimentação saudável e justiça social para o povo do campo.
*Edição: Solange Engelmann