Alfabetização
Mãos Solidárias vai alfabetizar 3.500 pessoas em Minas Gerais
Preparação para os educadores que irão conduzir 175 turmas de alfabetização se encerrou nesta segunda (04), em Sarzedo-MG

Por Juliana Rodrigues e Agatha Azevedo
Da Página do MST
O projeto Mãos Solidárias, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o MEC, o Governo Federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e diversos coletivos territoriais, deu início a uma importante mobilização pela alfabetização popular no estado. Entre os dias 1 e 4 de agosto, foi realizada, em Sarzedo, a Formação Estadual da Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos nas Periferias, reunindo 175 educadores populares que atuarão diretamente em seus próprios territórios.
A Jornada de Alfabetização tem como objetivo alfabetizar em torno de 3.500 pessoas em Minas Gerais ainda em 2025. A iniciativa será desenvolvida em comunidades periféricas de diversas regiões do estado, como o Vale do Jequitinhonha, o Vale do Mucuri, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, entre outras localidades que enfrentam desafios históricos no acesso à educação.
Mais do que um método, a alfabetização através do Sim, eu posso é uma ação coletiva. “Falar do método é falar de uma potente ferramenta de formação e emancipação, principalmente nas periferias. O método tem sua eficácia porque respeita o tempo do aprendizado e constrói com quem teve seus direitos negados”, contextualiza Pollyana, coordenadora pedagógica do projeto.
Um dos grandes diferenciais da Jornada é o protagonismo dos educadores: são moradores dos próprios territórios, pessoas engajadas e comprometidas com a transformação de suas comunidades por meio da educação popular.

As atividades pedagógicas serão guiadas pelo método cubano Sim, Eu Posso, que já foi aplicado com sucesso em diversos países como Cuba, Nicarágua e Venezuela, além de experiências anteriores no Brasil. O método é reconhecido por sua eficácia e prevê a alfabetização de jovens e adultos em 4 a 5 meses, com uma metodologia acessível e integrada à realidade local.
Mais do que um processo de ensino da leitura e da escrita, a Jornada representa uma ação concreta de promoção de direitos, autonomia e dignidade para milhares de pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar ao longo da vida. A alfabetização, nesse contexto, é também ferramenta de organização popular e transformação social.
Com o início da formação, o projeto Mãos Solidárias reafirma seu compromisso com a educação como prática de liberdade e com a construção de um país mais justo a partir das periferias.
*Editado por Fernanda Alcântara