Mobilização
Vigília do MST no Incra em Cuiabá reivindica avanço na pauta de acampamentos no MT
Mobilização deve permanecer até o governo apresentar respostas concretas às famílias acampadas, com desapropriações de terras e avanços na Reforma Agrária

Por Vytoria Pachione
Da Página do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Mato Grosso iniciou nesta segunda-feira (29) uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá, para denunciar a demora nos processos de desapropriação de terras que há meses estão sem repostas concretas e atrasam a implantação da Reforma Agrária no estado.
Para o MST, a postura do Incra prejudica a vida das famílias Sem Terra que seguem vivendo em baixo de barracas de lona, em acampamentos espalhados pelo estado, enquanto áreas improdutivas seguem sem cumprir a função social determinada pela Constituição Federal de 1988.
Valdeir Souza da direção nacional do MST MT afirma que a demora do Incra e do governo para dar retorno a pauta das famílias é muito preocupante. “Não podemos aceitar tanta burocracia, e um órgão tão importante quanto o Incra precisa ser prioridade no governo, para que seja reestruturado com orçamento e pessoal para trabalhar. Mas também é importante dizer, o Incra e o governo precisam dar uma resposta para a pauta da Reforma Agrária, e que as famílias estão numa situação muito difícil. A Reforma Agrária precisa de orçamento federal e ser prioridade do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil]”.


A indignação do Movimento cresce diante da contradição, pois enquanto o Incra se omite em sua responsabilidade de realizar a Reforma Agrária, o latifúndio e a grilagem avançam sem nenhum problema, aumentando as desigualdades no campo e nas cidades. Para o MST, essa demora é resultado de uma decisão política que prejudica os/as trabalhadores Sem Terra e favorece, somente aos interesses dos grandes proprietários de terra.
O MST aponta que o governo federal e o Incra têm ignorado a realidade das famílias Sem Terra, que seguem há anos aguardando respostas. “Não é mais admissível que o Estado se esconda atrás de promessas, enquanto famílias inteiras seguem condenadas à pobreza e terras improdutivas permanecem intocadas”, denuncia Valdeir.
Segundo os Sem Terra, a vigília no Incra continuará até que o governo apresente respostas concretas e se comprometa com a Reforma Agrária em Mato Grosso. Para o Movimento, não há mais como esperar por processos travados, enquanto a fome, o desemprego e a violência contra o povo camponês seguem se agravando. Enquanto o direito à terra for negado, as famílias seguem organizadas/os, reafirmando que a luta pela Reforma Agrária e a luta pela terra é permanente.
*Editado por Solange Engelmann