Reforma Agrária Popular

Feira Neusa Paviato recebeu mais de 40 mil pessoas em Campinas, SP

2ª Feira da Reforma Agrária Neusa Paviato aconteceu entre os dias 3 e 5 de outubro, na Estação Cultura

Foto: Divulgação

Por Diógenes Rabello
Da Página do MST

Com organização conjunta entre MST em São Paulo e Rede Livres, e apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, Universidade Federal de São Carlos, Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a Feira deste ano trouxe para o centro de Campinas temas como os produtos que compõem a dieta do povo brasileiro são fruto da luta pela terra e, em especial, das ocupações de terra; cooperação; agroecologia; e a constituição de relações saudáveis entre os seres humanos e a natureza.

A Feira evidenciou o papel da Reforma Agrária Popular na produção de alimentos saudáveis, praticada nas áreas de assentamentos rurais que se dá por meio da agroecologia e da Reforma Agrária Popular, proposta do MST para enfrentar a crise ambiental aprofundada no Brasil principalmente pelo agronegócio.

A Feira em números

Foto: Priscila Ramos

Potencializando a comunicação entre a pauta da luta pela terra e a população de Campinas e região, a Feira Neusa Paviato recebeu, neste ano de 2025, mais de 40 mil pessoas durante os três dias de evento.

Ela foi permitida pelo trabalho de base coletiva, contando com cerca de 400 pessoas envolvidas nas várias equipes de trabalho, vindas de 10 regionais do Estado. A Culinária da Terra contou com mais de 50 tipos de pratos da culinária regional e recebeu o Estado de Pará como convidado.

Vinte e sete cooperativas e associações participaram do processo de mobilização da produção, o que permitiu a comercialização de 15 toneladas de alimentos. Tivemos cerca de 400 tipos de produtos diferentes, entre alimentos in natura, beneficiados, artesanatos, fitoterápicos, fitocosméticos e outros.

Para animar a Feira, que também é festa popular, recebemos 28 apresentações de artistas populares. Ainda, foram realizados oito espaços de formação política, voltados para os temas do ecoturismo, terras públicas, enfrentamento às violências e crise climática.

A Feira também é solidariedade de classe. Foi realizada uma ação de entrega de 5 toneladas de alimentos para cinco organizações que atendem a grupos sociais em situação de vulnerabilidade.

Outros espaços que a Feira envolveu foram Caminhos da Agroecologia, Saúde Popular e Ciranda Infantil.

Reforma Agrária Popular para combater a fome e a crise climática

Foto: Filipe Augusto Peres

Claudete Pereira, da Direção Nacional do MST, afirma que: “essa Feira demonstrou a capacidade organizativa do MST em São Paulo, e o resultado disso fica evidente no número que ela alcançou. Estamos muito felizes em poder levar a produção dos nossos assentamentos e das famílias sem terra para o centro de uma das principais cidades de São Paulo. Para nós, do MST, não se trata somente de comercializar; se trata muito mais de reafirmar o papel da reforma agrária na sociedade, e como nós, do MST, estamos dispostos a ajudar o Brasil a enfrentar a fome, a crise climática, a miséria. Então é isso, é a gente se colocar à disposição do povo brasileiro para continuar lutando contra a miséria e contra a desigualdade.”

Foto: Priscila Ramos

A Feira cumpriu, portanto, seu objetivo de espaço político e pedagógico, promovendo diálogo com a nossa base social e com a sociedade em geral. Demonstrou a diversidade produtiva e cultural dos assentamentos e chamou a atenção da sociedade para a importância da reforma agrária diante da urgência de se adotar técnicas e tecnologias e construir projetos políticos orientados pelo respeito e cuidado com a natureza e com os seres humanos.

“A nossa feira foi um sucesso, uma grande demonstração de que é possível produzir e consumir comida saudável e barata, fazer festa e articular lutas entre o campo e a cidade. Neste momento, não estamos encerrando a 2ª Feira Neusa Paviato, estamos convocando a todas, todos e todes para iniciarmos os preparativos da nossa terceira edição, planejar a nossa produção, a nossa culinária e as nossas intervenções culturais, para que em 2026, a nossa festa, o nosso encontro seja maior e melhor,” apontou Fernanda Matheus, da Direção Estadual do MST.

Foto: Antônio Bufalo

*Editado por Fernanda Alcântara