Sem Terrinha protagonizam festa de celebração e resistência em acampamento no MT

Por Maria Aparecida Lopes de Oliveira
Da Página do MST

No dia 19 de outubro de 2025, o acampamento de Resistência Palestina Livre, no Mato Grosso, realizou um belo festejo em celebração ao Dia das Crianças Sem Terrinha, integrando a Programação Nacional do MST, realizada anualmente em todo o país. A atividade representou um importante momento de unidade, formação e celebração da infância camponesa, reafirmando o compromisso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) com a formação integral das crianças e o fortalecimento da identidade Sem Terra.

Mais do que uma simples comemoração, o evento configurou-se como um espaço político, pedagógico e cultural, que reafirmou os valores da coletividade, solidariedade e luta pela terra, promovendo vivências que fortalecem o sentimento de pertencimento e o compromisso das crianças com a transformação social e o cuidado com a vida. Sob o lema “Sem Terra em Ação: defender a natureza é defender o nosso chão”, o festejo deste ano trouxe para o centro das atividades o debate sobre a soberania dos povos, o cuidado com a natureza e a defesa da vida.

A programação foi pensada de forma a unir educação, cultura e alegria, reafirmando que o brincar também é um ato político e formativo. As atividades tiveram início com a troca da bandeira na entrada do acampamento, um momento simbólico que marcou o início da celebração. Crianças, famílias e companheiros marcharam ao som da canção “Caminhando e Cantando”, de Geraldo Vandré, acompanhados pelo violão do companheiro Igor, da direção estadual do MST, que veio especialmente para somar forças e fortalecer essa importante atividade.

O hasteamento da bandeira do MST, seguido da entonação do hino, expressou a unidade, o amor pela luta e a esperança que movem o nosso movimento. Na sequência, foi realizado o plantio coletivo de uma muda, representando o ato de semear o cuidado, a vida e a esperança. Essa prática pedagógica reafirmou que cuidar da terra, da natureza e das pessoas é também cuidar de si e do mundo que se quer construir.

Durante o desenvolvimento das atividades, o ambiente se encheu de cores, sons e sabores. As crianças desfrutaram de picolés, algodão-doce, geladinhos, balas, pirulitos e pipoca, que adoçaram ainda mais a alegria e o encantamento do momento. As brincadeiras como o pula-pula, a roda das cadeiras e a corrida do saco uniram diversão, cooperação e aprendizado, mostrando que o brincar também educa, desenvolve o corpo e fortalece os laços de amizade e respeito coletivo. Ao meio-dia, foi servido o almoço coletivo, preparado com muito carinho pelos núcleos de base do acampamento, que ofereceram cardápios especiais. O gesto de partilhar a comida reafirmou o espírito de solidariedade e amor que orienta o cotidiano da vida.

Considerações Finais e Agradecimentos

O Festejo do Dia das Crianças Sem Terra no acampamento de Resistência Palestina Livre foi um ato de celebração da vida, da infância e da resistência popular. Cada momento, desde o hasteamento da bandeira até as brincadeiras e o plantio simbólico, reafirmou o compromisso do MST com a formação humana, crítica e solidária das novas gerações. O encerramento foi marcado por um gesto de profunda sensibilidade e significado: cada criança recebeu uma muda de planta para levar consigo, como símbolo do cuidado com a natureza e do compromisso de semear a vida e a esperança onde quer que estejam. Esse ato reafirmou a compreensão de que defender a natureza é defender o nosso chão, o nosso futuro e a nossa própria existência.

O acampamento de Resistência Palestina Livre expressa seus agradecimentos aos companheiros e companheiras do Movimento Negro de Rondonópolis, que fortaleceram o caráter político e educativo da atividade, reafirmando a unidade das lutas populares e antirracistas. Um agradecimento especial ao companheiro Igor, da direção estadual do MST, pela presença, disposição e contribuição fundamental para a realização do festejo, animando e somando forças na construção coletiva desse momento tão significativo. A coordenação do acampamento também manifesta sua gratidão a todos os coordenadores e a todas as que contribuíram direta ou indiretamente para que essa atividade acontecesse com tanto sucesso, alegria e espírito coletivo. Assim, reafirmamos que a infância Sem Terra é semente viva da Reforma Agrária Popular, e que cuidar das crianças, da terra e da natureza é o mesmo que cuidar da vida e da esperança de um mundo novo, justo e solidário — o mundo pelo qual lutamos todos os dias.

*Editado por Fernanda Alcântara