Falecimento
Nota de pesar: Irmã Lia, presente!
Irmã Lia foi uma grande amiga do MST, desde os anos 1980, integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Guarapuava, atuando na defesa da saúde e melhores condições de vida das famílias acampadas

Da Página do MST
É com pesar que recebemos a notícia do falecimento da companheira Hulda Lia Francener, conhecida carinhosamente como irmã Lia. Nossa querida companheira faleceu aos 92 anos, nesta quarta-feira (19).
Irmã Lia foi uma grande amiga do MST, desde os anos 1980. Nasceu no dia 20 de fevereiro de 1933, em Joaçaba, Santa Catarina, filha de camponeses e integrante da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e Luzia de Marilac, na província de Curitiba.
Foi professora das Ciências Humanas em escola normal de Pato Branco, e atuou na organização popular da Associação de Moradores da Comunidade de Cachoeira, em Almirante Tamandaré, no início da década de 1980. Mais tarde passa a contribuir com o MST e a integrar a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Guarapuava, e a assessoria das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), em projetos voltados para a agroecologia, a medicina natural, a segurança alimentar e a economia solidária.
Sempre esteve ativa na defesa da saúde e das melhores condições de vida das famílias acampadas. As lembranças e histórias da sua atuação corajosa são muitas, e seguem vivas em nossa memória. Irmã Lia ajudava as famílias desde os primeiros momentos da vida no acampamento, e depois acompanhava e somava na construção do processo.

Ela visitava todas as famílias do acampamento, via a necessidade, e se dedicava especialmente a garantir a alimentação, em um período de muita precariedade e fome entre o povo pobre Sem Terra.
Seu esforço era desde as arrecadações de doações até a produção da sopa, principalmente para crianças, idosos e doentes. Também reunia e orientava as mulheres sobre como aproveitar melhor os alimentos e ensinava a produção da multimistura, receita criada pela Pastoral da Criança para salvar os pequenos da desnutrição, muito comum no Brasil dos anos 80 e 90.



A sua essência era cuidar das pessoas. Era uma grande mãe que salvou muita gente da fome. Foi uma importante militante, e deixa sua marca de amor, cuidado e solidariedade em nossa organização.
Neste momento de despedida, queremos deixar nossa gratidão eterna a esta grande companheira, mulher e lutadora. Pelo compromisso e exemplo de luta pela vida e pela justiça social, que tanto fortaleceu a luta pela Reforma Agrária Popular no Paraná.
Irmã Lia, presente, presente, presente!
20 de novembro de 2025
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Paraná (MST)



