Reforma Agrária Popular

Assentamento do Pontal promove implantação de SAF e formação em meliponicultura

Famílias assentadas do Pontal participaram, em novembro, de uma ação que uniu formação agroecológica, implantação de um Sistema Agroflorestal (SAF) e práticas de meliponicultura, reforçando a importância das abelhas sem ferrão para a produção e o ambiente.

Foto: Coletivo Saruê de Agroecologia

Por Lucas Silva
Da Página do MST

Entre os dias 20 e 23 de novembro, o Coletivo de Agroecologia Saruê (UNESP/PP), juntamente com militantes do MST Pontal, realizou uma ação formativa com famílias do Assentamento Yapinary, em Ribeirão dos Índios (SP).

A iniciativa, intitulada “Manejo Agroflorestal e Introdução às Abelhas sem Ferrão”, teve como propósito implantar um Sistema Agroflorestal (SAF) em um dos lotes do assentamento e oferecer um curso de meliponicultura. As atividades foram conduzidas por estudantes de graduação e pós-graduação dos cursos de Geografia, Arquitetura e Engenharia Ambiental da FCT/UNESP.

Beatriz, participante da atividade, destacou a importância do aprendizado:

“Foi muito interessante compreender como tudo na natureza está interligado. Sem abelhas não há produção agrícola, e sem produção não há alimento. O curso abordou aspectos econômicos, mas sem deixar de lado a reflexão sobre o papel que a economia deve cumprir. Também sobre o quão complexas e fundamentais são as abelhas.”

Jociomar Antônio, agricultor familiar que participou da atividade, também ressaltou o potencial local para a prática:

“Assentamentos como o Yapinary têm grande potencial para esse tipo de produção, assim como pequenos produtores como eu, que vivo próximo ao assentamento. Ações como essa me animam. Tenho minha criação de abelhas jataí, mas o manejo adequado aprendi aqui.”

A ação integra um conjunto de iniciativas do Coletivo, que, no ano anterior, desenvolveu uma atividade semelhante no Assentamento Rodeio, em Presidente Bernardes (SP).

Como eixo central, a atividade buscou ampliar a inserção de conhecimentos agroecológicos por meio do SAF e fortalecer a valorização e proteção da meliponicultura na região. Para as famílias assentadas, representa mais uma alternativa de geração de renda baseada em práticas socialmente sustentáveis.

Foto: Coletivo Saruê de Agroecologia

No caso específico desta ação, destaca-se a articulação entre a produção de alimentos, a criação e preservação de abelhas sem ferrão e a recuperação de fragmentos florestais — elementos essenciais para a fauna e a flora da região, beneficiando não apenas as abelhas, mas todo o ecossistema local.

*Editado por Leonardo Correia.