323 Famílias Sem Terra rompem com o latifúndio canavieiro e conquistam assentamento em Pedras de Fogo

No território historicamente marcado pelo latifúndio e pela monocultura da cana-de-açúcar, a luta do povo Sem Terra transformou resistência em conquista.

Foto: @carlabatista27

Por MST da Paraíba
Da Página do MST

Em 28 de dezembro, no município de Pedras de Fogo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Paraíba recebeu oficialmente do @incra_paraiba , a imissão de posse do Assentamento Wanderley Caixe, consolidando uma vitória construída com ocupação, resistência e trabalho coletivo no litoral sul da Paraíba.
A área, que por décadas esteve sob o domínio do latifúndio canavieiro, simboliza um modelo excludente de concentração da terra, exploração da força de trabalho e produção voltada à monocultura, sem atender às necessidades do povo.

Foto: @carlabatista27

A conquista do assentamento rompe com essa lógica e garante terra para 323 famílias, em uma área de 1.936 hectares, reafirmando a função social da terra.

Desde 13 de julho de 2013, as famílias Sem Terra ocuparam e defenderam o território da antiga Usina Maravilhas, enfrentando despejos, criminalização e o abandono histórico do Estado. Ao longo desses anos, a permanência na terra foi sustentada pela organização coletiva e pela produção, demonstrando que o latifúndio não serve para produzir mudança social.

Hoje, onde antes predominava a cana-de-açúcar, as famílias produzem frutas, macaxeira, inhame, batata-doce, hortaliças, além da criação de galinhas, garantindo alimento saudável e fortalecendo a soberania alimentar.

Foto: @carlabatista27

A imissão de posse foi marcada pela força da ação coletiva e da organização popular, reafirmando que a reforma agrária popular se constrói no enfrentamento ao latifúndio, no trabalho das famílias e na ocupação organizada da terra.

O assentamento homenageia Wanderley Caixe, advogado e defensor dos direitos humanos, cuja trajetória esteve ao lado das lutas populares na Paraíba e da defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Seu nome segue vinculado à luta pela terra e à construção da justiça social.

Foto: @carlabatista27