Estados Unidos fazem batalha ideológica contra movimentos

Da Radioagência NP De acordo com o site Wikileaks – especializado em divulgar documentos sigilosos – o governo dos Estados Unidos considera o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) um obstáculo para a criação de uma lei antiterrorismo no Brasil. Essa acusação teria sido feita em 2008 e corresponde a uma prática comum entre os diplomatas estadunidenses, que são encarregados de espionar as autoridas dos países onde atuam.


Da Radioagência NP

De acordo com o site Wikileaks – especializado em divulgar documentos sigilosos – o governo dos Estados Unidos considera o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) um obstáculo para a criação de uma lei antiterrorismo no Brasil. Essa acusação teria sido feita em 2008 e corresponde a uma prática comum entre os diplomatas estadunidenses, que são encarregados de espionar as autoridas dos países onde atuam.

Para o integrante da Coordenação Nacional do MST João Pedro Stedile, a atuação dos diplomatas revela a relação colonialista que os Estados Unidos têm com o Brasil e com o resto do mundo.

“Toda a opinião pública mundial sabe que o maior terrorista do mundo é o governo dos Estados Unidos. Eles promovem as guerras; invadiram o Iraque, o que custou a vida de 300 mil pessoas; invadiram o Afeganistão; mantêm mais de 800 presos na base militar de Guantânamo, completamente fora das normas internacionais; e todos sabem que eles mantêm campos de tortura em países do Leste Europeu.”

Stedile considera que a relação entre luta social e terrorismo já é bastante difundida no Brasil e essa preocupação dos Estados Unidos com os movimentos sociais é apenas mais um ciclo de uma batalha ideológica, iniciada no século passado.

“No passado eles classificavam como inimigo principal a União Soviética. Desapareceu a União Soviética e eles passaram a perseguir o que eram chamados de inimigos internos, as forças nacionalistas. Agora, como não tem mais nem governo nacionalista, eles começaram a classificar os movimentos sociais, ou seja, as lutas populares como lutas que podem prejudicar os interesses da exploração que as empresas estadunidenses fazem em todo o mundo.”