Fórum Social Mundial

O lema ” Outro Mundo é possível” nunca esteve tão atual. Entre a primeira edição do Fórum Social Mundial e sua seqüência, que será entre os próximos dias 31 de janeiro e 5 de fevereiro, não apenas o esgotamento do modelo neoliberal esteve tão visível – como mostraram as manifestações em Gênova e os panelaços argentinos – como o Império demonstrou toda sua intolerância e disposição em manter as coisas como estão, com o assassinato do jovem em Gênova e pela intervenção militar no Oriente Médio.

E se a meia dúzia de multinacionais e organismos do Fórum Mundial Econômico de Davos em solidariedade ao Império – ou pensando em impulsionar o comércio local – este ano se reunirá em Nova York, cerca de 50 mil pessoas estarão em Porto Alegre para consolidar o FSM como espaço privilegiado para a discussão de alternativas globais e para a articulação entre os povos em luta de todo o mundo.

Mais além o II Fórum Social Mundial será também um espaço para a formação e reflexão massiva. Assim pretendem as 80 entidades e movimentos populares que organizam cinco atividades imprescindíveis para os que pretendem discutir um outro mundo. Estas atividades devem reunir em torno de 4 mil militantes das causas populares no Auditório Araújo Vianna.

Os debates se iniciam em 1.º de fevereiro, pela manhã, com a Conferência ” Reforma Agrária, Soberania Alimentar e Transgênicos”.

À tarde, com a presença do Prêmio Nobel Adolfo Perez Esquível entre os jurados, se inicia a primeira das três sessões do Tribunal Internacional da Dívida Externa, que se estende no dia seguinte, 2 de fevereiro.

As conferências ” Socialismo: alternativa da Esperança” inicia-se no dia 3, com os temas ” Socialismo e Economia” e ” Socialismo e Valores”. No dia 4, pela manhã, “Socialismo e Poder” encerra as conferências.

Organizado pela revista Caros Amigos, o seminário ” Mídia Alternativa” pretende discutir o papel dos meios de comunicação, tanto com mantenedor da ordem atual, como instrumento para a gestação de uma nova alternativa, no dia 4 a tarde.

Finalmente, no dia 4, os participantes do FSM e a população de Porto Alegre se concentrarão no Auditório Araújo Vianna para a Marcha Contra ALCA, que conclamará os países de toda América a realizarem plebiscitos contra esta ameaça ‘as soberanias nacionais.

Confira a programação completa em nossa página na internet. Durante o II Fórum Social Mundial estaremos a atualizando diariamente para que aqueles que não puderam ir a Porto Alegre possam também acompanhar o evento.

Breves

OEA condena Brasil por morte de sem terra

O Brasil foi responsabilizado pela morte do líder sem terra Diniz Bento da Silva (Teixeirinha) por PMs, em 1993, em Campo Bonito (PR). A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, organismo da OEA, condenou o governo brasileiro por violação do direito à vida. Segundo o relatório, Bento da Silva foi executado por policiais após ter sido amarrado e algemado. A divisão de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores considerou um “constrangimento moral” para o país a condenação. O comando da PM falou sobre o caso.

Atitude covarde: Raul Jungmann sai da mesa para não ouvir críticas

Na manhã de 22 de janeiro, o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, foi a região do Pontal do Paranapanema (SP) visitar José Rainha Jr. O militante havia sido baleado em 19 de janeiro durante uma emboscada após a ocupação da Fazenda Santa Rita, no município de Rosana.

No local estava acontecendo um seminário envolvendo prefeitos de dez municípios da região e Raul Jugmann participou. Ninguém esperava a atitude do ministro. Após a fala dos prefeitos, quando os coordenadores do MST que estavam presentes no seminário iniciaram a fala contendo críticas ao programa de Reforma Agrária, Jungmann retirou-se da mesa, alegando ter uma reunião de extrema importância em Brasília.

Sob muito protesto o ministro deixou o local, mostrando mais uma vez o total descaso, despreparo e falta de coerência com os trabalhadores.

Medida Provisória sobre renegociação dos pequenos agricultores é anunciada

Após um ano de mobilizações e negociações com o governo, foi divulgada nesta semana a Medida Provisória com as novas condições de refinanciamento para pequenos agricultores e assentados, beneficiando cerca de 700 mil contratos. As dívidas poderão ser quitadas em até 15 anos, com juros de 1,15% e não mais de 6,5% anuais. Mais informações em nossa página na internet.