Arafat encontra missão civil e Via Campesina

Via Campesina confirma seu apoio total para o povo palestino e convoca mobilizações nos próximos dias.

A delegação da Via Campesina foi para a cidade sitiada de Ramallah na noite de sábado, 30 de março, com um grupo de aproximadamente 70 cidadãos franceses e suíços.

Na manhã de domingo caminharam pelas ruas abandonadas da cidade para ir ao hospital doar sangue. Encontraram pessoas feridas, algumas em estado muito sério e podiam ver a carência terrível de remédios.

Na parte da tarde, uma delegação de 4 pessoas, entraram com as equipes médicas nos edifícios sitiados e devastados da Autoridade Palestina. Ali encontraram o presidente Yasser Arafat.

O Líder palestino, esgotado mas convencido, expressou sua gratidão para esta iniciativa cidadã internacional, a única delegação que poderia forçar o bloqueio do exército israelita.

Ele estimou esta iniciativa como importante e como possibilidade de alertar a opinião internacional sobre a seriedade extrema da situação e conta com a Via Campesina para levar através do mundo seu chamado. Ele considera que o povo palestino é vítima de um terrorismo de Estado, genocida, perpretrado pelo exército israelita.

Yasser Arafat pede a retirada do exército israelita dos territórios palestinos e a aplicação das resoluções da ONU. Ele considera que não é possível negociar sob estas condições e prefere morrer do que se entregar.

O observador da missão civil para a proteção do povo palestino, contatado por telefone na noite de domingo, dá uma descrição dramática da situação. O exército israelita viola todas as convenções internacionais de Genebra e mata sem discriminação. Inclusive as ambulâncias da Cruz Vermelha se encontram sob fogo e não é possível ajudar as numerosas vítimas.

Com respeito a esta situação, a Via Campesina:

– expressa seu apoio total ao povo palestino,

– exige que o Estado de Israel pare imediatamente sua agressão,

– pede que a Comunidade Internacional envie remédios,

– solicita aos movimentos sociais que dobrem suas mobilizações nos próximos dias e organize ações de protesto diante das embaixadas de Israel,

– propõe que as organizações exijam de seu Ministério de Assuntos Estrangeiros pressionar o governo Ariel Sharon para obter a retirada dos territórios ocupados e que seja colocado em prática as resoluções da ONU.