Boicotes devem marcar continuidade de protestos contra a guerra

Os protestos contra a ofensiva militar estadunidense sobre o Iraque avançam em todo o mundo e devem ser intensificados nos próximos dias, com a adoção de boicotes a empresas e ao consumo de produtos dos Estado Unidos.

Em 15 de fevereiro, milhões de pessoas se uniram ao redor do planeta para condenar a ação militar dos Estados Unidos, motivadas pelas articulações realizadas durante o III Fórum Social Mundial. Mais de 600 cidades questionaram a posição dos governos dos Estados Unidos, França e Inglaterra, favoráveis a guerra.

Durante as manifestações, a Rede Social de Movimentos recebeu diversas sugestões de continuidade da campanha contra a guerra. Estas serão compartilhadas aos comitês e instâncias para a elaboração de novos atos.

Sugestões de ações para a campanha:

1. Em caso de ataque dos Estados Unidos ao Iraque, propõe-se que em cada cidade onde houver consulado ou embaixada estadunidense, se formem imediatamente vigílias e acampamentos permanentes como forma de protesto. Levando barracas, colchonetes e faixas, com os dizeres parem a guerra, Bush assassino, etc.

2. Iniciar uma campanha de boicote ao consumo de produtos de empresas transnacionais estadunidenses que estejam instaladas em nossos paises. Realizar panfletagens em supermercados, orientando os consumidores a evitar o consumo de produtos dessas empresas, que na verdade estão financiando a guerra e produzindo equipamentos bélicos. Muitas como a IBM, Monsanto e Coca-Cola estão vendendo material para o exercito estadunidense.

3. Iniciar campanha de boicote ao abastecimento nos postos de combustível de empresas estadunidenses, como texaco e esso.

4. Iniciar uma campanha nas escolas, em geral, para que as crianças escrevam cartas para as crianças iraquianas, em solidariedade, e para as estadunidenses, para que elas pressionem o Governo Bush a não fazer a guerra.

5. Realizar manifestações em frente às empresas estadunidenses que vão se beneficiar com a Guerra.

6. Debater com os sindicatos de empresas estadunidenses, para que realizem greves ou paralisações, mesmo que simbólicas, em suas instalações, como protesto pela guerra, para que as diretorias das empresas se manifestem contra o governo Bush.

Outras sugestões podem ser enviadas para a Secretaria Internacional dos Movimentos Sociais ([email protected]). Elas serão compartilhadas com outros setores e forças sociais e podem ser utilizadas na elaboração de novas formas de protesto.

Breves

Famílias de São Paulo precisam de solidariedade

No município de São Paulo cerca de 100 famílias de trabalhadores estão ameaçadas de despejo, após 7 meses de ocupação. Em 20 de julho de 2002, trabalhadores do MST e do MTST ocuparam um terreno da Sabesp, que tinha o projeto de transformá-lo em lixão, embora a área seja apta à agricultura. Solicitamos que enviem mensagens ao governo do Estado em prol dessas famílias.

Governador do Estado de São Paulo
Sr. Geraldo Alckmin
Fax: (11) 3745-3738

Violência no campo em 2002

Os dados dos conflitos no campo registrados pela Comissão Pastoral da Terra, durante o ano de 2002, mostram que o último ano do governo Fernando Henrique Cardoso foi particularmente violento para os trabalhadores/as do campo. O número de assassinatos em conflitos por terra, 38, foi igual ao de 1998, e somente inferior ao de 1996, quando foram registradas 46 mortes. É bom lembrar que 96 foi o ano em que ocorreu o massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terra foram mortos e 69 feridos.

Justiça para Dorcelina Folador

Em 24 de fevereiro começa o julgamento dos seis acusados pelo assassinato de Dorcelina Folador, militante do MST e prefeita de Mundo Novo(MS). Ela foi assassinada em 31 de outubro de 1999, após sucessivas ameaças que se iniciaram quando foi eleita, por denunciar a “máfia da fronteira”, que utilizava a cidade, a 12 Km da divisa com o Paraguai, para suas ações criminosas, como narcotráfico, contrabando de armas, mulheres e crianças.

Cartas

Grande vitória saber que existem juízes em nosso país que não ficam apenas em seus gabinetes. (MST Informa nº 28 sexta-feira, 6 de dezembro de 2002)
[email protected]

Obrigado pelo envio do Boletim com notícias, informações e mensagens que tornam cotidiana a luta dos povos e trabalhadores oprimidos na construção de uma alternativa ao capitalismo.
Gaudêncio Frigotto – UFF-RJ

Muito importante a divulgação dos encaminhamentos do Fórum Social Mundial e os seus desdobramentos, assim faz sentido a participação dos segmentos da sociedade. Se não reproduzirmos, socializarmos as informações e, o mais importante, o discurso virar prática, nos enfraquecemos. (MST Informa nº 32 sexta-feira, 7 de fevereiro de 2003 ). Jacira Silva, jornalista, Diretora do SINDSEP/DF e militante do Movimento Negro Unificado /DF.