MST marcha para acelerar o processo de assentamentos

Cerca de 500 famílias do MST do Rio Grande Sul que estavam em três acampamentos na BR 386, em Nova Santa Rita, marcham em direção à Porto Alegra, onde devem chegar amanhã, 23 de junho, para participar de sessão solene na Assembléia em homenagem aos 20 anos do Movimento, além de pressionar pela Reforma Agrária.

A reivindicação é o cumprimento do acordo de assentamento de famílias feito com os governos federal e estadual com o investimento imediato de R$ 30 milhões já liberados à direção regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para compra ou desapropriação de terras.

Os trabalhadores rurais foram despejados dos acampamentos formados na beira da estrada, na manhã de 22 de junho, a pedido do Ministério dos Transportes.

Amanhã, os marchantes realizarão palestras e panfletegens pela Reforma Agrária em bairros pobres do município de Canoas. Neste ano, nenhum latifúndio improdutivo foi desapropriado e nenhuma família foi assentada no Rio Grande do Sul. Há um mês, os governos federal e estadual assinaram um compromisso público no Fórum do município de Carazinho, comprometendo-se em adquirir áreas em trinta e sessenta dias. Para isto, já estão disponíveis R$ 60 milhões, mas nada foi executado.

Na capital gaúcha, os Sem Terra participarão da sessão solene na Assembléia Legislativa. A homenagem foi uma iniciativa do deputado Frei Sérgio Görgen (PT/RS)

Jejum continua

Enquanto isso, em Porto Alegre, Carazinho, Pelotas e Santa Maria, cerca de sessenta pessoas estão em jejum, pedindo a agilidade no processo de assentamento. A mobilização foi iniciada em 15 de junho deste ano e promete se manter até o inicio do assentamento de famílias na região.