Trabalhadores rurais reivindicam cesta básica em ocupação de prédio da Conab

Após a ocupação do prédio da Secretaria de Saúde Pública do Distrito Federal ontem (30), os 250 trabalhadores rurais Sem Terra ocuparam na madrugada de hoje (31) a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no Setor de Indústrias Sul, em Brasília.

O MST do Distrito Federal e Entorno reinvidica a regularização das cestas básicas às famílias acampadas e assentadas e a ampliação do programa federal da compra antecipada da produção.

No último dia 17, durante audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, o atraso no envio das cestas básicas foi um dos pontos emergenciais colocados pelo MST. O coordenador nacional do Movimento, João Paulo Rodrigues alertou que a fome não pode esperar. “Os trabalhadores não vão passar fome. O governo deve agir rapidamente nessa questão para evitar um tensionamento maior no campo”, disse Rodrigues.

O ministro Miguel Rossetto disse que “o problema da distribuição das cestas básicas, de fato, não está bem equacionado e que as cestas básicas nem sempre chegam onde se deve”, explicou. Existem 1.800 famílias acampadas divididas em 13 acampamentos na região do DF e Entorno que, há três meses, não recebem cestas básicas. No atual governo nenhuma delas foi assentada.

Cesta básica deve ser mensal

As entidades do campo que integram o Fórum Nacional Pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) também manifestaram críticas, já que o governo oferece somente três cestas básicas por ano. “Essa política o Fórum não aceita porque é uma política que não soluciona o problema da fome. A cesta básica deve ser mensal e não trimestal. Com a fome não se brinca”, afirmou o secretário executivo do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, Gilberto Portes.

O ministro Rossetto, após a reunião do dia 17, informou que, em dez dias o governo iria se reunir com o Grupo Interministerial da Reforma Agrária, composto pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, pelo Secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e também pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto para resolver o impasse. O MST ainda não obteve retorno.