Fazendas do nordeste do Pará descumprem exigências legais de saúde e segurança

Fonte: O Liberal

Bastaram duas semanas de fiscalização nas propriedades rurais do nordeste paraense para que os técnicos do Ministério do Trabalho e do Emprego voltassem a confirmar o que outras inspeções que vêm sendo realizadas há vários anos já haviam detectado: continuam a ser desobedecidas quase todas as exigências de segurança e saúde no trabalho rural.

Das simples obrigações de fornecer água potável e instalações sanitárias aos trabalhadores até a presença obrigatória de um médico do trabalho e de técnicos em segurança, nada é cumprido pelos proprietários de fazendas.

Segundo Gladys Vasconcelos, auditora fiscal de segurança do trabalho da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) no Pará, não são só os patrões que têm sido negligentes nessa tarefa básica de evitar que pessoas se contaminem com agrotóxicos e trabalhem sem nenhum tipo de segurança.

“Os próprios sindicatos dos trabalhadores rurais têm obrigações que nunca cumprem, como lutar para regularizar a situação dos trabalhadores no campo e informar seus direitos”, explica Gladys.

Nesse ambiente insalubre, o trabalhador é presa fácil para vários tipos de doença. No caso da manipulação de fungicidas, defensivos e similares, sabe-se que, no Brasil, somente 5% do total do agrotóxico aplicado no campo são feitos de maneira correta.