MST pede vistoria na Fazenda Peruano

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MST do Pará pede vistoria na Fazenda Peruano

04/11/2004

Com: Diário do Pará

O ouvidor agrário nacional, Gersino Filho, prometeu ontem liberar cestas básicas para os trabalhadores Sem Terra da região de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Gersino também se comprometeu em discutir a desapropriação da Fazeda Peruano, ocupada pelo MST desde abril e de propriedade do pecuarista Evandro Mutran.

O ouvidor se mobilizou após nove horas de bloqueio da rodovia PA-150 realizado por cerca de 1.500 Sem Terras. O ato ocorreu a menos de dez quilômetros da “Curva do S”, onde em 17 de abril de 1996, 21 Sem Terras foram mortos pela Polícia Militar e outros 69 ficaram feridos.

“O Incra prometeu, mas não cumpriu com sua palavra de fornecer as cestas. As famílias cansaram de esperar”, informou a coordenação local do MST. Também é reclamada maior velocidade no processo de desapropriação da fazenda “Peruano”.

O ouvidor agrário nacional, Gersino Filho, informou que as cestas básicas estão em Belém e devem ser liberadas em 15 dias. Ele disse que isso ainda não ocorreu porque o processo de licitação foi conduzido pela Comissão Nacional de Abastecimento (Conab), o órgão do governo competente para o fornecimento das cestas.

Sobre a desapropriação da fazenda, ele confirmou que a decisão sairia durante a reunião do Incra em Marabá (PA). Gersino criticou o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) pela demora em promover a vistoria na área para saber se ela pertence ao Estado.

Região oeste

Na comunidade de Sombra Santa, a 180 quilômetros de Santarém (PA), 43 famílias estão ocupadas na sede do Incra. Elas protestam contra a falta de verbas para a construção de casas populares, já prometidas pelo governo federal. Hoje, muitas famílias ainda vivem em precárias condições, debaixo de barracas de lona. Não há o mínimo conforto, principalmente para as crianças. O crédito habitacional está pendente desde 2003 e nenhuma parcela foi liberada.

As famílias questionam também o péssimo estado das estradas que dão acesso ao assentamento Piá Moju II. Elas têm que andar mais de 15 quilômetros todos os dias para pegar o ônibus até Santarém já que os atoleiros impedem o trajeto regular do transporte.