Conferência Terra e Água termina com marcha rumo ao Banco Central

Informativos – Últimas do MST
Conferência Terra e Água termina com marcha rumo ao Banco Central

25/11/2004

“Unidos e nas ruas nós somos invencíveis. Vamos gritar isso hoje em ordem, em paz, mas com firmeza. Viemos dizer que precisamos de justiça, que a terra precisa de cuidado e que os brasileiros devem olhar pelo Brasil porque ele está em perigo”.

Convocando todos os participantes da I Conferência Nacional Terra e Água, em Brasília (DF), a marcharem para o Banco Central, o coordenador da primeira proposta do Plano Nacional da Reforma Agrária, Plínio de Arruda Sampaio, encerrou sua participação no evento. Ele esteve nesta quinta-feira (25) no painel “A importância dos movimentos sociais e a continuidade da luta”, ao lado de Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Sampaio lembrou o massacre dos trabalhadores rurais Sem Terra em Minas Gerais e criticou a atuação dos poderes judiciário, legislativo e executivo no caso. “Não é possível que aqueles homens e mulheres ficassem dois anos e meio naquelas barracas precárias, esperando para que julgassem uma terá que pertence ao estado. Temos que utilizar o último dia deste encontro como uma acusação e um protesto”, afirmou.

“Esses mortos clamam por justiça. É com tristeza que falo isso. Eu sempre acompanhei o companheiro Lula mas não consigo admitir que tenhamos assentado menos famílias que o governo anterior, que era contra os trabalhadores”, completou.

Dom Tomás Balduíno também começou falando sobre o governo Lula. Para ele, “colocamos o presidente Lula para governar um estado organizado pelas elites há 500 anos”. Segundo Dom Tomás, os participantes da Conferência não deveriam ficar frustrados se Lula não compareceu ao evento: “nós vamos ficar entristecidos? Pelo contrário, devemos nos sentir mais fortes”.

Ele completou sua participação pedindo a união dos movimentos. Para ele, a sociedade civil deve assumir o público. “E vamos todos em caminhada ao Banco Central”, completou.