Protesto mundial contra privatização da água
Fonte Adital
Ontem, em lugares tão distantes e distintos como Buenos Aires (Argentina), Atlanta (Estados Unidos), Nelspruit (África do Sul), Cochabamba (Bolívia), Jacarta (Indonésia), Paris (França), Manila (Filipinas), Santiago (Chile) e centenas de outros lugares em todo o mundo, aconteceram manifestações contra a Suez Lyonesse, a principal multinacional de água potável e serviços sanitários do mundo. As manifestações ocorreram no mesmo dia da reunião de acionistas da empresa na França.
A razão do protesto é que a Suez não teria cumprido suas promessas, ao comprar centenas de empresas públicas, em mais de 130 países. Os organismos econômicos internacionais e muitos governos impuseram as privatizações da água potável, argumentando que as empresas seriam mais eficientes, baixariam os preços, aumentariam a cobertura aos setores mais pobres e que a qualidade do serviço seria ótima.
Organizações sociais denunciam que os preços subiram em todos os lugares e, em muitos, de forma dramática. Em Manila, a Suez se comprometeu, em 1997, a manter o valor do metro cúbico em 5 pesos filipinos, por um período de 10 anos, mas, já no ano de 2002, o valor do metro cúbico valia 16 pesos. No Chile, o governo disse, em 1999, quando privatizou a EMOS, que os preços baixariam 15%, mas, durante a primeira revisão de valores, os preços subiram 15%.
A Suez foi, segundo afirmam as organizações, incapaz de aumentar a cobertura aos setores mais pobres. Em muitos lugares, cortou a água potável de bairros inteiros. Milhares de trabalhadores das empresas privatizadas perderam seu trabalho. A qualidade do serviço só melhorou nos setores mais ricos.
No Chile, onde a Suez possui 51,2 % da Aguas Andinas (dona da estação de tratamento de água Farfana), a Coordenadora Multisocial e Intercomunal, a Associação por uma Taxa às Transações Financeiras Especulativas e a Ação Cidadã (ATTAC), junto a diversas organizações amigas, fizeram uma convocação para uma manifestação de repúdio contra a empresa, sua gestão e sua presença no País. Eles se reunirão no edifício corporativo da empresa Águas Andinas, em Santiago.