“Não” da França à Constituição da UE é rejeição ao modelo neoliberal

Fonte Agência Notícias do Planalto

Apesar dos apelos de autoridades e do presidente Jacques Chirac, os franceses disseram “não” na consulta popular realizada neste domingo (29) sobre a aprovação da Constituição da União Européia.

O resultado abriu uma crise sem precedentes no país e no processo de integração do bloco, e está sendo interpretado por muitos analistas como uma rejeição ao modelo neoliberal. O sociólogo e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Emir Sader, coloca essa opinião. Segundo ele, o “não” da França representa o medo da população de perder direitos conquistados ao longo da história do país e demonstra que a aprovação dessa Constituição “significaria renunciar não apenas à soberania, mas a direitos sociais fundamentais”.

A vitória do “não” foi comemorada nas ruas da capital, Paris, por milhares de franceses comunistas e socialistas.

Até agora, 9 dos 25 países-membros da União Européia já aprovaram a Constituição por meio de consulta popular ou votação no Parlamento. Para começar a vigorar, ela deve ter o apoio de todas as nações que formam o bloco. Mas as incertezas quanto a novas rejeições se aprofundaram com o “não” francês, o que pode atravancar o avanço da UE. O próximo referendo acontece na quarta-feira (01/06) na Holanda.