Na Guatemala, camponeses reúnem 10 mil em mobilização nacional

O forte sol da manhã de quinta-feira (30/03) não foi obstáculo para que 10 mil camponeses e camponesas percorressem longas distâncias até a capital da Guatemala para exigir Reforma Agrária. Os pontos de entrada da cidade foram fechados pelos manifestantes, que conseguiram uma reunião com o vice-presidente Eduardo Stein.

A reivindicação central é que o governo reduza as dívidas das pequenas propriedades, que sofrem com a crise agrária. Além disso, os camponeses querem que o governo busque alojamento para as 600 famílias que foram despejadas da fazenda Nueva Linha e apresente uma solução concreta para as 250 áreas envolvidas em conflitos rurais.

Os manifestantes também entregaram petições a Beatriz de León, presidente da Suprema Corte de Justiça do país. No Congresso, pediram a aprovação de uma lei sobre nacionalidade e identidade indígena.
Milhares de professores e ambientalistas se juntaram à marcha, que exigiu ainda o atendimento às vítimas do furacão Stan, que assolou a área rural do país em outubro do ano passado, e a suspensão das licenças de exploração de minas.

Na próxima terça-feira, o vice-presidente prometeu responder às demandas dos camponeses. Segundo Pedro Esquina, da Conic (Coordenação Nacional de Indígenas e Camponeses), se a resposta não incluir soluções concretas para a próxima safra, os trabalhadores e as trabalhadoras farão uma greve nacional.