Começa em Havana o V Encontro Hemisférico contra a Alca e o Livre Comércio

Por Marcel Lueiros
Fonte Minga Informativa

Com a presença de cerca de 600 representantes de redes, movimentos e campanhas sociais das Américas, começou ontem, 12 de abril, o V Encontro Hemisférico Contra a Alca e o livre comércio, que acontece até 15 de abril, em Havana, Cuba.

Convocado pela Aliança Social Continental, desta vez a reunião vai priorizar o debate e a construção coletiva interna das redes e campanhas, para depois ingressar em um espaço compartilhado, onde estes movimentos vão mostrar suas propostas por região.

Redes e Campanhas como Jubileu Sul, CADA (Campanha pela Desmilitarização das Américas) e COMPA (Convergência de Movimentos dos Povos das Américas) construíram programas de ação concretos de luta para a América Central, países do Cone Sul e da região Andina.

No discurso de abertura do Encontro, o economista cubano Osvaldo Martínez, diretor do Centro de Estudos da Economia Mundial e presidente do comitê organizador do evento, destacou a resistência e a iniciativa de luta dos movimentos sociais do continente contra as políticas neoliberais que o imperialismo tenta impor aos nossos povos.

Além disso, Martinez destacou que, mesmo com a evidente crise do modelo neoliberal, surgem outras necessidades para os movimentos, como enfrentar a capacidade do capitalismo de se reajustar constantemente.

“Os movimentos sociais devem criticar e se opor ao modelo neoliberal, mas nós também temos a tarefa de construir este mundo melhor, que só irá surgir através de uma criação coletiva e com o esforço de todos e todas”, afirmou.

Ao fazer um balanço do tempo que separa este encontro do de 2005, Martinez destacou a radicalização das políticas estadunidenses, algo que atinge a todos os países do continente.

“A resposta do governo George W. Bush aos problemas mundiais é a militarização e a repressão. A militarização acontece cruamente com um gasto militar de 500 bilhões de dólares, mais da metade do gasto militar mundial, e mesmo assim é incapaz de evitar o que já é uma evidente derrota no Iraque. A repressão se expressa de diversas maneiras, desde uma lei patriota que mutila os diretos dos cidadãos e cidadãs e fortalece a ação de um Estado Polícia, as restrições contra os imigrantes, até a escandalosa prática da tortura aos prisioneiros de guerra”, afirmou o economista.

A programação deste quinto encontro, que tenta também promover políticas de comunicação e mobilização de todos os setores sociais que lutam contra a Alca e livre comércio, inclui painéis e conferências de intelectuais como o boliviano Pablo Sólon, o belga François Houtart e o venezuelano Edgardo Lander.