Trabalhador rural é torturado no Tocantins

Em 8 de abril o trabalhador rural Sem Terra Genivaldo Alves dos Santos foi torturado pela Polícia Civil em Aguiarnópolis (TO). Segundo relato das famílias do acampamento 10 de junho, uma viatura chegou às 11h00 ao local com o delegado, Evandro Gomes Pereira e dois agentes, Uéliton Gualberto Pereira e Raimundo Rodrigues Sales, acompanhados do fazendeiro Alberto Azevedo Gomes.

Sem mandato de busca ou prisão, eles invadiram o acampamento, situado na rodovia Transamazônica, e reviraram os barracos dos Sem Terra. Durante toda a ação, eles ofenderam verbalmente os trabalhadores e levaram três deles presos sem intimação. O pretexto era uma denúncia do fazendeiro, que reclamou do corte de uma árvore, transformada em pilão pelas famílias.

Genivaldo Alves dos Santos foi algemado pelos policiais civis ainda na estrada. Ao chegar no município de Tocantinópolis (TO), ele foi colocado dentro de uma cela onde permaneceu por mais de 20 minutos algemado. Depois de solto, o trabalhador ficou aguardando em frente à delegacia para ser ouvido. Nesse momento, os agentes Pereira e Sales começaram a intimidar Genivaldo e acabaram espancando ele em público. Pereira disse ainda que caso o Sem Terra denunciasse o ocorrido, seria assassinado.

Na manhã de ontem, Edmundo Rodrigues Costa, agente da Comissão Pastoral da Terra de Araguaína, e Eldaá Machado, advogada do Centro de Direitos Humanos de Araguaína, acompanharam o trabalhador Genivaldo até a delegacia para que ele registrasse queixa contra os policiais por agressão física, ameaça de morte e abuso de autoridade. Mesmo na delegacia, o agente Sales tentou intimidar o Sem Terra para evitar o depoimento. A denúncia formulada também foi enviada ao Ministério Público Federal.