No Rio Grande do Norte, famílias constroem casas em parceria com a universidade

A luta dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais não termina com a conquista da terra. A organização do assentamento, inclusive a construção das moradias, é o passo seguinte. No Rio Grande do Norte, as famílias estão caminhando de forma auto-gestionada e coletiva. Respeitando os costumes e as culturas de cada um, elas estão construindo suas casas em cinco assentamentos do MST.

“Esse projeto envolve todos assentamentos, além da parceria com o departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e uma brigada orgânica do MST que envolve 8 pessoas. Começamos em 2002 com experiências no acampamento. O objetivo agora é avançar, cada área, no plano político, ideológico, cultural”, afirma Pedro Neves, integrante da coordenação estadual do MST.

O Banco do Nordeste contribuiu financiando os esgotos sanitários. Em cada um dos projetos, as linhas de produção já são definidas logo no início da construção. “Nas áreas irrigadas temos o cultivo de batatas doces, para garantir renda. Dois dos três assentamentos iniciaram essa produção. Já no sertão, as famílias trabalham com a produção de caju”, diz Neves. Segundo ele, a produção é comercializada em feiras livres.

“Está começando a ganhar peso também a produção de hortaliças orgânicas em um sistema agroecolócio dentro das áreas em construção”, lembra ainda.