Crise do agronegócio faz famílias procurarem acampamento de Camaquã (RS)

As crises por que passam as culturas do fumo e do arroz no Rio Grande do Sul faz com que cada dia mais famílias procurem o acampamento no município de Camaquã, região sul do estado. Criado em 20 de abril nas margens da BR-116, o acampamento já conta com cerca de cem famílias. E a perspectiva é de aumente ainda mais. “Há muito desemprego nos setores orizícola e fumageiro. Todo dia mais pessoas nos procuram, enxergando o MST como uma alternativa”, afirma João Amaral, integrante da coordenação do acampamento.

Grande parte das famílias que chega ao local trabalhava como meeiros ou temporários nos engenhos de arroz e nas lavouras de fumo. Situação que se agrava ainda mais com a crise das fumageiras, que produzem para a exportação. A retração da agricultura em geral, devido à estiagem que atinge a região nos últimos anos e ao agronegócio, afetam a produção de arroz gaúcha.

O acampamento já possui a escola itinerante para as crianças. O EJA alfabetizante (educação de jovens e adultos) e a horta coletiva para alimentação das famílias estão em fase de conclusão. Os Sem Terra reivindicam às prefeituras de Camaquã e Arambaré carros-pipa, a fim de garantir o abastecimento de água dos acampados, que atualmente fazem por conta própria. “Estamos acampados para pressionar que o Estado faça a reforma agrária. Todos aqui são trabalhadores, sem terra para plantar”, ressalta Amaral.