Governo debate rio São Francisco sem participação da sociedade, diz D.Cappio

Por Clara Meireles
Fonte Agência Notícias do Planalto

As obras de transposição do rio São Francisco, antes considerada a única alternativa à seca nordestina pelo governo federal, foram substituídas por uma agenda de negociação de alternativas. Segundo o Frei Dom Luiz Cappio, que se submeteu a quase 10 dias de greve de fome contra as obras em 2005, todos os candidatos à Presidência da República vão receber uma proposta de desenvolvimento alternativo para o semi-árido brasileiro. De acordo com o religioso, o Ministério da Integração Nacional está fazendo reuniões, ainda sem a presença do grupo que apóia D. Cappio.

“O que nós combinamos com o [Palácio do] Planalto é que essas reuniões seriam feitas conjuntamente, com o governo e o nosso grupo. Mas até agora, eles não elaboraram essa agenda e estamos sabendo que o Ministério da Integração [Nacional] por conta própria está fazendo esses encontros”, disse.

O projeto de transposição consiste na transferência das águas do rio, que possui cerca de 2.800 km, para abastecer pequenos rios e açudes castigados pela seca. Com seu protesto no ano passado, Dom Cappio conseguiu interromper as obras com o apoio de movimentos sociais do país.

Para ele, “o que tem engrossado a manifestação e o que tem dado consistência a toda essa luta é o grande apoio dos movimentos populares”.

Dom Cappio defende o projeto de revitalização do rio São Francisco como alternativa à transposição. A idéia é recuperar a vegetação que se perdeu na região e fazer pequenos açudes para aumentar a capacidade de armazenamento de água.