Trabalhadores das fábricas ocupadas fazem caravana
Em 16 de maio, uma caravana com 2 mil integrantes do movimento das fábricas ocupadas chegará ao Palácio do Planalto para cobrar as promessas feitas pelo governo.
A Cipla (Campinas, SP), a Interfibra (Joinville, SC) e a Flaskô (Sumaré, SP) são empresas do ramo plástico-químico. Em 2002, elas estavam à beira da falência, com dívidas de mais de 600 milhões de reais, das quais 85% com os governos estadual e federal, feitas pelos antigos proprietários. Os trabalhadores da Cipla e Interfibra, depois de um período de greve para receber salários atrasados, férias e FGTS não depositados, ocuparam as fábricas para impedir que elas fechassem, em outubro de 2002. Desde então, eles pedem que as empresas sejam estatizadas, única forma de preservar o parque fabril e manter os postos de trabalho. A Flaskô foi ocupada em junho de 2003 e a Flakepet (Itapevi, SP), mais uma integrante do movimento, em dezembro do mesmo ano.
Em junho de 2003, o presidente Lula recebeu uma comitiva de funcionários das fábricas e se responsabilizou em propor uma solução para as empresas continuarem produzindo e empregando todos os funcionários.
Em 2004, o governo federal criou uma comissão especial, composta pelo BNDES, BRDE e BADESC, além de representantes do governo, para estudar as condições das empresas e apresentar uma solução. De acordo com Dário Buzzi, superintendente do BRDE, a conclusão da comissão, enviada por carta ao presidente, é que as empresas são viáveis e rentáveis. Entretanto, devido ao tamanho das dívidas anteriores, a única solução é o BNDES e BRDE assumirem o controle das empresas, transformando-as em ações.
Com o objetivo de serem atendidos por Lula, os trabalhadores vão levar uma máquina do parque fabril da Cipla e deixá-la em frente ao Palácio do Planalto até serem recebidos.