Sem Terra se mobilizam em São Paulo

Há quatro anos, cerca de 60 famílias Sem Terra construíram na região de Cajamar, na grande São Paulo, o acampamento Irmã Alberta. A área, que estava abandonada, pertence à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e já foi vistoriada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Depois de alguns despejos e várias tentativas de acordo, as famílias resolveram cobrar o assentamento já prometido pelo ex-governador Geraldo Alckmin através de uma vigília, realizada nas margens da Via Anhanguera desde 17 de abril.

Na madrugada de 23 de maio, a vigília foi transferida para a Secretaria de Justiça do estado, no centro de São Paulo. Os Sem Terra permaneceram na frente do edifício durante a audiência entre MST, Incra, Instituto de Terras de São Paulo (Itesp) e a Sabesp para decidir o futuro da área.

Após a reunião, ficou acordado que uma nova vistoria será feita para colocar um novo valor para a desapropriação. A Sabesp havia feito uma vistoria por conta própria e fixado um valor alto demais, pois considerou a área como espaço urbano.

O Incra tem um prazo de dois meses para realizar a vistoria e acelerar os processos de desapropriação e assentamento das famílias.

Ocupação no Vale do Paraíba

Na região do Vale do Paraíba, 40 famílias ligadas ao MST ocuparam uma área de 711 hectares no dia 20 de maio.

A fazenda, conhecida como Macuco Sítio Reunidas, fica na divisa entre os municípios de Taubaté, Pindamonhangaba e Lagoinha. Trata-se de uma massa falida da Prometal, que inclusive já havia sido vistoriada pelo Incra e considerada improdutiva. Os próximos passos são o cadastro das famílias e as negociações com os órgãos responsáveis com o objetivo de conseguir a desapropriação.