Assentados catarinenses se capacitam para produzir leite

Começou ontem em Abelardo Luz (SC) o primeiro de dez cursos de capacitação de agricultores assentados em produção de leite a base de pasto no estado de Santa Catarina. Em torno de 45 pessoas, entre agricultores e técnicos, participam do curso que termina amanhã. O objetivo da atividade é capacitar os assentados para difundirem essa técnica, que representa uma alternativa na produção e garante renda mensal com barateamento dos custos.

O curso faz parte do Programa Leite Sul da Via Campesina, através do convênio entre Cooptec (Cooperativa dos Técnicos da Reforma Agrária) e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O objetivo do projeto, segundo Marcelus João Alves, um de seus coordenadores, é transformar a bacia leiteira do Sul na primeira bacia de produção orgânica de leite do país.

A primeira turma de técnicos em agropecuária com ênfase na produção de leite a base de pasto se formou no final de abril no CEAGRO, em Cantagalo (PR). O curso foi resultado de um convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Neste mês começaram as aulas da segunda turma em Pontão (RS). Os técnicos que se formaram em Cantagalo participam deste curso e repassam aos novos estudantes os conhecimentos adquiridos.

No município de Abelardo Luz, os assentamentos produzem cerca de 56 mil litros de leite por dia. A intenção é fazer com que todos os agricultores introduzam a produção orgânica para diminuir os custos e garantir melhorias na qualidade de vida dos assentados.

Na produção, industrialização e comercialização de leite, os assentados catarinenses já são destaque. A Cooperoeste, cooperativa dos assentados ligados ao MST, industrializa e comercializa 340 mil litros de leite por dia. Através da nova tecnologia, implantada com o Projeto Leite Sul, a produção irá ampliar e poderá transformar os assentados dos três estados do sul nos maiores produtores de leite da região.