Comissão internacional chega ao México para investigar violação dos direitos humanos

Começou ontem o trabalho da Comissão Civil Internacional de Observação dos Direitos Humanos no México, convocada com urgência após os acontecimentos em Atenco e Texcoco nos dias 03 e 04 de maio.

A morte de Francisco Javier Cortes Santiago, aos 14 anos, a detenção de mais de 300 pessoas que foram submetidas a torturas, violáceos e até estupros, a expulsão de cinco estrangeiros e a morte de Alexis Benumea, estudante de Economia da Universidade Livre do México criaram muita preocupação entre a sociedade civil internacional.

A convocação da Comissão ocorreu após a reivindicação de mais de mil organizações civis, sindicatos, associações e personalidades de 29 países. A comissão ficará no México até 04 de junho e é integrada por 28 pessoas da Áustria, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França e Itália. Entre elas estão advogados especialistas em direitos humanos, acadêmicos especializados em direitos das mulheres, médicos, inclusive psiquiatras, e representantes de sindicatos e partidos políticos. São 14 homens e 14 mulheres.

A Comissão vai recolher testemunhos de todas as pessoas que queiram relatar dados e apresentar documentação sobre os casos. Foram solicitadas entrevistas com a Secretaria de Governo, Comissão Nacional de Direitos Humanos, o Instituto Nacional de Migração, Procuradoria Geral da República, o governador do estado de Alcalde de Texcoco, a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Federal, o Conselho Nacional de Segurança Pública e a Agência Estatal de Segurança Pública.

Sobre o caso dos cidadãos expulsos, os representantes solicitaram também entrevistas com as embaixadas da Alemanha, Chile e Espanha para discutir a expulsão dos estrangeiros. Além disso, eles pretendem visitar os trabalhadores e as trabalhadoras que estão detidos e o povoado de Atenco.

O resultado do relatório será divulgado em setembro. Porém, daqui a dez dias uma versão preliminar será entregue a todas as organizações como o Parlamento Europeu e a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).