Quilombolas são despejados em Minas Gerais

Na quarta-feira passada (07/06), a Polícia Militar de Minas Gerais despejou de forma violenta 30 famílias da comunidade remanescente de quilombo de Porteirinha (MG). Os quilombolas reivindicam a demarcação de suas terras e ocuparam a área improdutiva como forma de protesto. “Os negros estão vivendo em situação desumana, encurralados pelo latifúndio que tomou suas terras”, diz a nota divulgada pela Federação Quilombola do Estado de Minas Gerais.

A reintegração de posse não teve ordem judicial e contou com a participação de latifundiários locais. Nove pessoas foram presas e mulheres e crianças sofreram humilhações e tortura psicológica.

No Batalhão de Polícia de Porteirinha, os quilombolas foram algemados e expostos aos fazendeiros. Depois foram encaminhados para a delegacia do município. “Com a morosidade do governo federal e estadual no processo de regularização dos territórios quilombolas, a situação se agrava cada vez mais”, diz o texto.

Assinam também a nota as Associações Quilombolas do Gurutuba e Brejo dos Crioulos, as comunidades de Brejo Grande, Brutia, Poções, São Geraldo, Lapinha, Puris, Ilha da Ressaca, Ilha da Ingazeira, Arapuim, Verde Grande, a Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais, o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, o Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, a Caritas Diocesana de Janaúba, o Conselho Estadual das Comunidades Negras e o MST.