MST comenta saída de Roberto Rodrigues

O MST divulgou nesta quarta-feira nota sobre a saída de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura do governo Lula. Na nota, o movimento apresenta suas propostas para o campo brasileiro, dentro de um amplo processo de Reforma Agrária. Segundo o MST, Rodrigues representava idéias diferentes.

“Nossa principal preocupação é com a adoção, por parte do governo, de políticas econômicas e um modelo agrícola que de fato beneficiem a ampla maioria da população brasileira. Caso contrário, continuaremos com os graves problemas de pobreza, fome, desemprego, e com uma das sociedades mais desiguais do planeta”, afirma.

Leia a seguir a versão integral da nota.

“O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e os movimentos sociais que compõem a Via Campesina Brasil procuramos debater com a sociedade brasileira que o grande problema da agricultura no país é a organização da propriedade da terra e a produção agrícola.

Defendemos a necessidade da democratização fundiária, por meio de uma ampla reforma agrária que garanta a todos os brasileiros e brasileiras trabalho no meio rural. Defendemos que a forma de organizar a produção agrícola coloque em primeiro lugar o cultivo de alimentos saudáveis, para o mercado interno, combinando distribuição de renda com soberania alimentar. Além disso, defendemos que as técnicas agrícolas devam ser utilizadas em equilíbrio com a natureza. O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, infelizmente, não defendia essas idéias.

Os grandes latifundiários, que querem preservar a concentração da terra – um bem da natureza – apenas para especulação, e as empresas transnacionais que tomaram conta da agricultura, com a implementação do neoliberalismo, se colocam como inimigos dos agricultores e da sociedade brasileira. Nossa principal preocupação é com a adoção, por parte do governo, de políticas econômicas e um modelo agrícola que de fato beneficiem a ampla maioria da população brasileira. Caso contrário, continuaremos com os graves problemas de pobreza, fome, desemprego, e com uma das sociedades mais desiguais do planeta.

São Paulo, 28 de junho de 2006.

Secretaria Nacional do MST”