Em Alagoas, famílias exigem assentamento na Fazenda Capim

A Fazenda Capim, localizada no município de Inhapi, sertão alagoano foi irregularmente adquirida pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário, desenvolvido pela Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O local faz parte de um acordo entre os órgãos públicos e os movimentos sociais, segundo o qual uma área em conflito não pode ser adquirida pelo crédito fundiário. A fazenda foi ocupada em 2003 por 95 famílias Sem Terra.

Segundo as famílias, a vistoria na área ignorou a presença e a produção das dos Sem Terra acampados. Além disso, eles sofreram forte repressão, com despejos e a prisão de um trabalhador rural Sem Terra em 1º de abril. Outros quatro Sem Terra têm mandados de prisão decretados.

Para o MST, o crédito fundiário, política agrícola orientada pelo Banco Mundial, trabalha com a especulação da terra e a substituição da desapropriação pelo mercado de terra. Além disso, os trabalhadores e as trabalhadoras sofrem com o endividamento, sendo abandonados nas áreas em condições precárias de sobrevivência.

O Movimento reivindica que os órgãos competentes – MDA, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Secretaria de Agricultura e o Instituto de Terras de Alagoas – assentem as famílias Sem Terra na Fazenda Capim e reafirmem a necessidade de uma política de Reforma Agrária para o campo, em detrimento do crédito fundiário.