Sem Terra fazem mobilização no RS

Cerca de 100 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra ocupam a sede da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Porto Alegre (RS). Ao mesmo tempo, famílias Sem Terra protestam nas rodovias BR 116 e BR 290 em Livramento, Sentinela do Sul e Arroio dos Ratos.

Entre os pontos de reivindicação estão o assentamento imediato de todas as 2.500 famílias acampadas no Rio Grande do Sul, conforme estabelecido por meta do governo federal, e a liberação de recursos do governo do estado para as escolas dos acampamentos. Desde outubro do ano passado os repasses estão atrasados e a renovação do convênio ainda não foi feita.

Além disso, os Sem Terra exigem o fim da criminalização dos movimentos sociais. Segundo nota divulgada pelo MST, “as ações de pressão para o cumprimento da lei são legítimas, no entanto, o Poder Judiciário está perseguindo as famílias Sem Terra, criminalizando a luta”. Um dos exemplos citados é o indiciamento dos porta-vozes do Movimento no caso da Fazenda Guerra. A área, de 7 mil hectares, ocupa 30% do município de Coqueiros do Sul (RS) e gera empregos para apenas 15 funcionários temporários. Se fosse destinada para a Reforma Agrária, seria um assentamento para 450 famílias, gerando mais de 950 empregos diretos.

Em maio, o MST iniciou uma campanha pedindo a desapropriação da fazenda. Uma carta assinada por 23 prefeitos da região foi entregue ao presidente Lula.

Outro ponto de reivindicação é a liberação imediata de cestas básicas para famílias acampadas. Os acampamentos não estão recebendo o benefício, apesar de a Conab ter alimentos em estoque. Por isso, os Sem Terra decidiram ocupar a sede da companhia.