Polícia provoca clima de guerra em Coqueiros do Sul

A Brigada Militar, que está sendo investigada por violações de direitos humanos contra as famílias Sem Terra acampadas em Coqueiros do Sul (RS), agiu mais uma vez para criar um clima de conflito na região e justificar a repressão ao MST.

Hoje pela manhã, dezenas de policiais chegaram a um dos acampamentos do MST, localizados ao lado do latifúndio Guerra, para cumprir uma ordem de despejo contra alguns barracos que estão colocados na área da fazenda. Não querendo negociar, os policiais destruíram barracos e ainda agrediram alguns acampados. Duas pessoas ficaram feridas e duas foram presas, sendo liberadas depois.

Na parte da tarde, a Brigada Militar ateou fogo em um mato de pinus e chamou a imprensa para dizer que a ação havia sido feita pelas famílias acampadas. É uma tática já conhecida, como da vez em que a serraria da fazenda misteriosamente pegou fogo um dia depois de os proprietários terem retirado as máquinas do local.

Um inquérito civil da Promotoria de Direitos Humanos investiga a atuação da Brigada Militar na Fazenda Guerra, que está sendo denunciada por torturar psicologicamente as famílias acampadas durante a ação de despejo, no dia 12 de março. O caso foi parar na Organização das Nações Unidas, através do relator especial para Direito Humano à Alimentação e à Terra Rural, Flávio Valente, que enviou nota ao relator para Direitos Humanos da ONU, Jean Ziegler.