Povos sul-americanos reivindicam sua soberania

Organizações sociais e sindicais de toda a América do Sul participaram de quatro dias de jornadas e atividades durante a Cúpula dos Povos pela Soberania e Integração Sul-americana, que se encerra hoje em Córdoba, na Argentina.

“Viemos de uma história e de uma identidade de resistência. A América Latina nasceu como produto de um projeto de dominação, invasão, genocídio, saque e exploração de nossas riquezas. Desde então, os povos originários, junto com os povos mestiços, lutam por sua liberdade”, afirmou Juan Gonzáles, secretário de Integração Latino-americana da Central de Trabalhadores Argentinos.

Entre os temas debatidos estavam a água, a terra, a distribuição das riquezas, a saúde dos povos e o meio ambiente. Outro ponto discutido foi a implementação da Alba (Alternativa Bolivariana das Américas), proposta inicialmente pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez também por Bolívia e Cuba.

Na tarde de ontem, os 5 mil participantes saíram em macha para entregar aos presidentes do Uruguai, Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia e Cuba, o manifesto final do encontro. Os governantes sul-americanos estão reunidos na Cúpula do Mercosul, que aconteceu paralelamente a Cúpula dos Povos.

No texto apresentado, os movimentos críticam política de militarização dos Estados Unidos e os tratados de livre-comércio “que têm como sustento os pactos militares. Na América Latina, todas as reservas estratégicas de energia, alimentos e água são objetos de negociações para a instalação de bases para seu controle e domínio”.

Os participantes também existem o respeito aos espaços dos povos originais e rechaçam a “internacionalização da terra, a monocultura e os transgênicos, que prejudicam a saúde a soberania alimentar dos povos”.

No final do documento, as organizações manifestaram o compromisso de avançar os mecanismos de integração dos povos e lutar pelos direitos humanos, sociais e trabalhistas.

Hoje à tarde, um ato de encerramento da Cúpula dos Povos acontece na Universidade Nacional de Córdoba. Hebe de Bonafini, presidente da Associação das Mães da Praça de Maio será a primeira a falar. Depois, Evo Morales, presidente da Bolívia, Fidel Castro, presidente de Cuba e Hugo Chávez farão pronunciamentos sobre a importância da unificação dos povos latinos.