Psicólogos querem contribuir no debate da luta pela Reforma Agrária

Por Gisele Barbieri
Fonte Agência Notícias do Planalto

A psicologia é mais uma área disposta a contribuir com as comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, trabalhadores rurais) nos problemas enfrentados na luta pela terra. O vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, Marcus Vinicius de Oliveira, diz que a ligação entre as questões agrárias e a psicologia é um debate novo. Ele afirma que muitos profissionais e estudantes da área estão dispostos a aceitar este desafio pela transformação da estrutura fundiária do país.

O psicólogo afirma que os profissionais querem ser úteis a estas comunidades, por entenderem que muitos dos problemas que hoje afetam a sociedade em geral, obviamente, também estão presentes nas comunidades tradicionais. Marcus Vinicius diz que na psicologia o tema ainda encontra resistências, que ele atribui ao apoio cada vez maior ao latifúndio.

“A sociedade brasileira tem uma dificuldade de percepção da gravidade da estrutura fundiária, dos reflexos desta estrutura, determinando muitos aspectos na vida da sociedade. No nosso grupo dos psicólogos te confesso que não é muito diferente. Esta é uma questão que nós, como Conselho Federal de Psicologia, estamos cumprindo nosso papel de alertar aos nossos colegas, que existe aí uma área de atuação possível para a Psicologia”.

Para a advogada indígena, Joênia Carvalho, do povo Wapixana de Roraima, os psicólogos são bem vindos neste debate. “Nós estamos cada vez mais abrindo espaços em diversas áreas. É importante que todos os profissionais estejam atentos a estas questões sociais, fundamentais para estas comunidades”.

Marcus Vinicius e Joênia participaram na última semana, em Brasília, do “1º Seminário Nacional: Questão da Terra: Desafios para a Psicologia”, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia.