Chacina de fiscais em Unaí completa 30 meses sem julgamento

Há 30 meses, os auditores fiscais do Ministério do Trabalho José da Silva, João Batista Lages e Erastótenes de Almeida Gonçalves e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados em Unaí (MG). Eles sofreram uma emboscada enquanto investigavam denúncias de exploração de mão-de-obra escrava em fazendas de plantação de feijão no município.

“Já são trinta meses de angústia e sofrimento. Só a Justiça pode acabar com esse processo. O julgamento não traz as vítimas de volta, mas encerra um período de pesadelo com a impunidade para a família e os amigos”, afirmou o presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais, José Augusto de Paula Freitas.

Amanhã a Associação realiza, junto com a Delegacia Regional do Trabalho, uma manifestação em frente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região para pedir agilidade no julgamento dos acusados. Para Freitas, não há mais motivos para adiar o processo.

Entre os réus estão o fazendeiro Norberto Mânica e seu irmão Antério Mânica, prefeito de Unaí. Além deles, os pistoleiros Erinaldo de Vasconcelos Silva (o Júnior), Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda, o contratante Francisco Élder Pinheiro (conhecido como “Chico Pinheiro”) e os intermediários Humberto Ribeiro dos Santos e Hugo Alves Pimenta também estão detidos e aguardam o julgamento. Todos os recursos impetrados pelos acusados foram recusados.