Florestan Fernandes é declarado patrono da sociologia brasileira

Um dos mais importantes acadêmicos de nossa história, Florestan Fernandes foi declarado, em 24 de julho, o patrono da sociologia brasileira. O decreto, aprovado pelo Congresso e assinado pelo presidente Lula, entrou em vigor na segunda-feira passada.

Nascido em 22 de julho de 1920, Florestan teve uma infância sofrida. Começou a trabalhar aos seis anos, como engraxate. Filho de uma lavadeira, concluiu seus estudos em um curso supletivo e aos 18 anos conseguiu ingressar na Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da Universidade de São Paulo (USP).

Florestan fez doutorado, livre-docência e foi professor titular da cadeira de Sociologia. Em 1964 tornou-se catedrático. Permaneceu na USP até 1969 quando foi cassado pelo Ato Institucional Nº 5. Exilado pela ditadura militar, lecionou no Canadá e nos Estados Unidos até retornar ao Brasil, em 1975.

Em 1986, Florestan Fernandes filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) onde se elegeu para dois mandatos de deputado federal (1987-1991 e 1991-1995). Faleceu em São Paulo, em 10 de agosto de 1995.

Sociólogo e militante comprometido com a esquerda, Florestan Fernandes conseguiu aliar a teoria e a prática. Por tratar-se de uma fonte de inspiração para o MST, seu nome foi dado à nossa Escola Nacional, inaugurada em 2005, em Guararema, São Paulo. O exemplo de vida e compromisso de Florestan está vivo na luta diária dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.