Educação de indígenas no AM pode ser suspensa por descaso

Fonte Agência Notícias do Planalto

Estrutura física precária e falta de materiais e merenda escolar são algumas das deficiências da área de educação das comunidades indígenas que vivem no município de Barreirinha (AM). No Rio Andirá, existem cerca de mil alunos de comunidades indígenas. A situação preocupa os professores, que cogitam inclusive em suspender as aulas. O descaso por parte dos governos fará com que os professores nos próximos dias formalizem uma denúncia ao Ministério Público Federal.

De acordo com o coordenador da Organização dos Professores Indígenas Sateré Mawé do Rio Andirá, José de Oliveira, o problema na educação se arrasta desde 2004. Ele conta que já pediu ajuda a Secretaria Estadual de Educação, mas não recebeu resposta.

“Primeiro foi o estado. Entramos com um documento, mas também não deram nada de resposta, paralisou tudo. A gente precisa desta ajuda porque as crianças estão sendo prejudicadas por falta de material. O problema é muito sério lá na área.”

Os professores já identificam casos de evasão escolar pela falta da merenda, que muitas vezes já chega estragada. Sem auxílio dos órgãos competentes, materiais escolares como o giz, por exemplo, são substituídos por ?crueira?, um subproduto da mandioca usada na fabricação de mingau. Oliveira denuncia ainda que os professores recebem um salário inferior ao valor do salário mínimo.

‘Só no Andirá são 84 professores. A gente fala professores, mas nos contratos não diz que somos professores. Estamos contratados como monitores,recebendo salários de R$ 322. Abaixo do salário mínimo”.