Pobres são os que mais sofrem com violação aos direitos humanos

Fonte Agência Notícias do Planalto

“A violação dos direitos humanos no Brasil ainda é muito freqüente em nossa sociedade e atinge, principalmente, as classes mais pobres”. É o que denuncia a professora de filosofia política da Universidade de São Paulo, Marilena Chauí, durante a palestra de abertura do “Congresso Interamericano de Educação em Direitos Humanos” que teve início na noite de quarta-feira, 30, em Brasília.

Autoridades dos países do Mercosul, especialistas, acadêmicos e militantes de educação, buscam elaborar uma proposta para identificar, relacionar e implementar os compromissos da sociedade civil com o tema de direitos humanos. “As classes populares carregam no Brasil, o estigma da suspeita, da culpa e da incriminação permanente”.

Para Marilena, os instrumentos de repressão utilizados pela ditadura, são hoje formas de intimidação dessas classes.

“Os instrumentos criados durante a ditadura para repressão e tortura dos prisioneiros políticos foram transferidos para o tratamento diário da população trabalhadora e que impele uma ideologia, segundo a qual, a miséria é causa da violência das classes ditas desfavorecidas. Sendo consideradas potencialmente violentas e criminosas”.

Os encaminhamentos do Congresso serão incluídos no Plano Nacional de Educação e Direitos Humanos (PNEDH), cuja primeira versão foi construída em 2003. Este documento contém as políticas e ações a serem desenvolvidas pelos diversos órgãos públicos e entidades da sociedade civil no que se refere à educação em direitos humanos. A atividade termina neste sábado, 2 de setembro.